Use este identificador para citar ou linkar para este item: http://repositorio.uem.br:8080/jspui/handle/1/2356
Autor(es): Marangoni, Sônia Regina
Orientador: Magda Lúcia Félix de Oliveira
Título: Contextos de exclusão social e vulnerabilidade de mulheres usuárias de drogas no ciclo gravídico puerperal
Banca: Fátima Büchele - UFSC
Banca: Sandra Marisa Pelloso - UEM
Palavras-chave: Cocaína (Drogas);Vulnerabilidade;Mulheres;Crack (Drogas);Mulheres, Gestantes;Drogas, Saúde da mulher;Gravidez;Uso de drogas;Exclusão social;Hospital Regional de Maringá;Maringá;Paraná;(Estado);Brasil.;Vulnerability;Crack Cocaine;Pregnant Women;Women Health;Center for Intoxication Control of the University Hospital of Maringá;Maringá;Paraná;State;Brazil. Vulnerabilidad;Cocaína Crack;Gestantes;Salud de la Mujer;Centro de Control de Intoxicaciones del Hospital Universitario Regional de Maringá;Brasil.
Data do documento: 2011
Editor: Universidade Estadual de Maringá
Resumo: A produção, o tráfico e o uso das drogas são uma ameaça à segurança e à saúde dos indivíduos, das famílias e das comunidades. Verifica-se nos últimos anos o crescimento do uso de drogas entre mulheres em idade fértil, ocasionando desafios para a intervenção nos agravos decorrentes da relação droga de abuso e saúde materno-infantil. A urgência pela droga e a falta de condições financeiras levam-nas a participarem de atividades ilícitas, como tráfico de drogas, roubo e prostituição, em troca de drogas ou de dinheiro para comprá-las e sob efeito das drogas têm dificuldades em negociar a prática de sexo seguro, submetendo-se ao risco de gravidez indesejada ou não-planejada. O presente estudo tem por objetivo avaliar contextos de vulnerabilidade de mulheres usuárias de drogas de abuso no ciclo gravídico puerperal. Utilizando-se o referencial analítico da vulnerabilidade foi realizado estudo de caráter descritivo e retrospectivo de uma série de casos de 12 mulheres usuárias de drogas de abuso no ciclo gravídico puerperal, provenientes de três municípios da região Noroeste do Paraná, cujos casos foram notificados ao Centro de Controle de Intoxicações do Hospital Universitário Regional de Maringá, nos anos de 2008 a 2010. Como fonte de dados, foram utilizadas as fichas epidemiológicas de Ocorrência Toxicológica, e os prontuários hospitalares das mulheres. Os instrumentos para coleta de dados foram um roteiro para entrevista semiestruturada, aplicado durante visita domiciliar, e um diário de campo. Os dados foram categorizados de acordo com os três planos analíticos de vulnerabilidade - Individual, Social e Programático e analisados por conteúdo temático. A maioria das mulheres se declarou da raça/cor parda (58,3%); estava em período reprodutivo - faixa etária entre 17 e 33 anos; convivia em regime de união estável (58,3%); não tinha o nível de escolaridade compatível com a idade e nem tinha renda fixa (75%); sobrevivia com a pensão alimentícia dos filhos ou auxílio governamental do Programa Bolsa Família. O número de gestação/mulher variou entre duas e 11 gestações, mas 66,7% das mulheres relataram mais de três gestações. Todas iniciaram o uso de drogas na adolescência e apresentavam comportamento aditivo. Utilizaram múltiplas drogas de abuso durante a gestação, sendo o crack a mais frequente (10 - 83,3%), seguida do álcool (5 - 41,7%), e da maconha (3 - 25%). Ao longo da vida, tabaco e álcool foram as drogas de iniciação, seguidas da maconha, primeira droga ilícita utilizada por dez mulheres (83,3%). Como fatores desencadeantes para o uso de drogas, destacaram-se a influência dos amigos (10), dos familiares (9), dos companheiros (8), e a presença das drogas na comunidade de convivência. No plano individual, os elementos de vulnerabilidade encontrados referem-se ao gênero, idade, situação conjugal, escolaridade, situação ocupacional, renda e raça/cor da mulher. No plano social, referem-se às situações vivenciadas pelas mulheres na família - o comportamento aditivo, distúrbios psiquiátricos, conflitos, violência física, psicológica e sexual; e conflitos com a Justiça - tráfico de drogas, outros delitos, prisão, prostituição e homicídio. No plano programático, encontrou-se a baixa acessibilidade a serviços de saúde, para realização de pré-natal e tratamento para dependência química; a inexistência de vínculo com profissionais; e baixa resolutividade e autonomia nas questões de planejamento reprodutivo e redução de danos no uso de drogas.
Abstract: The production, trafficking and use of drugs are a threat to safety and health of individuals, families, and communities. An increased use of drugs among women of childbearing age has been observed in recent years, causing challenges for intervention in respect of damages resulting from the relationship between abused drug and maternal and child health. The urgency for the drug and the lack of financial conditions lead them to engage in illicit activities, such as drug trafficking, theft and prostitution, in exchange for drugs or money to purchase them, and under the influence of drugs, they have difficulty negotiating the practice of safe sex, submitting to the risk of unwanted or unplanned pregnancy. This study aimed to evaluate contexts of vulnerability of women bearing abused drugs during the puerperal cycle. By using the analytical reference of the vulnerability, it was performed a descriptive and retrospective study of a case series of 12 women bearing abused drugs in the puerperal cycle, from three municipalities of Northwestern Paraná State, whose cases were reported to the Center for Intoxication Control of the University Hospital of Maringá, in the years from 2008 to 2010. As a data source, it was used the epidemiological records of Toxicological Occurrence and the hospital charts of the women. The tools used to collect the data were a script for a semi-structured interview, applied during home visits, and a field diary. The data were categorized according to the three analytical levels of vulnerability - Individual, Social, and Programmatic, and analyzed by thematic content. Most women said belonged to the race/color mulatto (58.3%), at childbearing age - between 17 and 33 years; lived in a common-law marriage (58.3%), had education incompatible with their age and had no fixed income (75%); survived with the alimony of children or government support of the Family Grant Program. The number of pregnancy/woman ranged between two and 11, but 66.7% reported more than three pregnancies. All of them started using drugs during the adolescence and had an addictive behavior. They used multiple abused drugs during pregnancy, crack being the most frequent (10 - 83.3%), followed by alcohol (5 - 41.7%), and marijuana (3 - 25%). Throughout their lives, tobacco and alcohol were the drugs of initiation, followed by marijuana, the first illicit drug used by ten women (83.3%). As triggering factors for the use of drugs, stood out the influence of friends (10), relatives (9), companions (8), and the presence of drugs in their community. At individual level, the elements of vulnerability found refer to gender, age, marital status, education, occupation, income, and race/color of the woman. At social level, refer to situations experienced by women in the family - the addictive behavior, psychiatric disorders, conflicts, physical violence, psychological and sexual abuse; and conflict with the law - drug trafficking, other crimes, prison, prostitution and murder. At programmatic level, it was found the low access to health services to carry out the prenatal care and treatments for chemical dependency; the lack of bond with professionals; and low resolution and autonomy in matters of reproductive planning and harm reduction in the use of drugs.
URI: http://repositorio.uem.br:8080/jspui/handle/1/2356
Aparece nas coleções:2.3 Dissertação - Ciências da Saúde (CCS)

Arquivos associados a este item:
Arquivo Descrição TamanhoFormato 
000194595.pdf2,91 MBAdobe PDFVisualizar/Abrir


Os itens no repositório estão protegidos por copyright, com todos os direitos reservados, salvo quando é indicado o contrário.