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Autor(es): Sanches, Patricia Gisele
Orientador: Maria Dalva de Barros Carvalho
Título: Convivendo com a morte e o morrer : o ser-enfermeiro em unidade de terapia intensiva
Banca: Elizabeth Ranier Martins do Valle
Banca: Maria Angélica Pagliarini Waidman - UEM
Banca: Elizabeth Amâncio Souza da Silva Valsecchi - UEM
Banca: Lúcia Cecília da Silva - UEM
Palavras-chave: Unidade de Terapia Intensiva;UTI/adulto;Enfermeira;Morte e morrer;Convívio;Atitude frente à morte;Fenomenologia;Brasil.;Death;Attitude towards death;Nurses;Intensive Care Unit;Brazil.
Data do documento: 2007
Editor: Universidade Estadual de Maringá
Resumo: O interesse pela realização deste estudo advém do meu mundo-vida, da minha experiência profissional e do contato contínuo com o ambiente da Unidade de Terapia Intensiva (UTI). No cotidiano de trabalho em UTI, os profissionais de enfermagem convivem com as angústias vivenciadas pelos pacientes e seus familiares, em virtude da complexidade do estado deles, da tensão da morte iminente, da realização de grande número de procedimentos complexos e do ritmo intenso de trabalho. Teve como objetivo compreender como os enfermeiros que trabalham, em UTI, vivenciam o processo de morte e o morrer dos pacientes. Neste contexto, a pesquisa fenomenológica mostrou-se adequada permitindo o resgate da subjetividade da experiência vivida, considerando o sujeito em sua dimensão existencial. Os sujeitos desta pesquisa foram os enfermeiros que assinaram o Termo de Compromisso Livre e Esclarecido e atuam em uma UTI/Adulto de um Hospital Escola, localizado no Noroeste do Paraná. A coleta de dados se deu por meio de uma entrevista gravada e transcrita na íntegra, com a seguinte questão norteadora: "O que é para você vivenciar a morte e o morrer de um paciente que está em seus cuidados?". Foram entrevistados oito enfermeiros e a pesquisa encerrou-se no momento em que foi verificada a invariância do fenômeno. Após a transcrição das entrevistas, procedeu-se à análise segundo Martins (1992). Da análise criteriosa das entrevistas, surgiram as categorias em que os enfermeiros apontam que a vivência da morte e o morrer de seus pacientes é um processo que permeia as seguintes questões: 1- A obstinação terapêutica como um percalço no processo de morte e morrer. 2- A difícil convivência com a equipe multiprofissional e o processo de morte e o morrer. 3- A relação com a morte propriamente dita. 4- A dinâmica do trabalho e suas implicações na morte e o morrer dos pacientes. 5- O relacionamento com a família do paciente em processo de morte e o morrer. 6- O apelo por apoio para suportar o processo de morte e o morrer. O que chamou a atenção é que muito se falou sobre viver com qualidade e parece que o lidar com a morte no seu cotidiano fez emergir, nestes profissionais, uma valorização maior por uma existência que deve ser vivida com plenitude e qualidade acima de tudo. A dificuldade de lidar com a morte, como processo natural do viver, leva o profissional, muitas vezes, a tentativas desesperadas de manter vivas as pessoas que se sabe biologicamente mortas. Os discursos possibilitam afirmar que o tema morte e o relacionamento com estes pacientes deveriam ser amplamente discutidos nas estruturas curriculares das universidades com vistas à desmistificação dos significados dos fenômenos que estejam associados à idéia de medo e pavor e que possa, dessa maneira, surgir uma nova forma de entendimento e sensibilidade para lidar com o processo de morte e o morrer. Enquanto os profissionais que atuam na área da saúde não compreenderem que a morte faz parte da existência, não poderão estar-com-o-paciente de maneira autêntica em situação de terminalidade e devem apreender que a morte e o morrer não são sempre um desafio a ser vencido, mas parte inalienável da vida.
Abstract: Interest in current study hails from my life work, my professional experience and the continuous contact with patients in the Intensive Care Unit (ICU). In their daily life at the ICU nurses live with the anguish experienced by patients and their relatives owing to the complexity of their physical and emotional state, especially imminent death, to the accomplishment of a great number of complex procedures and to intense work. Current research aims at understanding the manner nurses who work at ICUs experience the death process and patient's state of dying. The phenomenological research is adequate to recuperate the subjectivity of the experience while considering the subject in his/her existential dimension. The subjects of current research were nurses who signed the Term of Free Commitment and who work at the adult ICU of a school hospital in the northeastern region of the state of Paraná, Brazil. Data were collected through interviews recorded and transcribed wholly. The master question involved: What do the death and the dying of a patient in your care mean? After the interview has been transcribed, analysis followed according to Martins (1992). A close analysis of the interviews showed categories indicated by nurses, or rather, experiencing death and the dying of patients are processes that pervade the following issues: 1- The therapeutic obstinacy as a means in the process of death and dying. 2- The difficult living with a multiprofessional team and the process of death and dying. 3- Relationship with death. 4- The dynamics of work and its implications in the death and the dying of patients. 5- The relationship with the family of the patient who is in the process of dying. 6- The appeal for support within the death and dying processes. The most important thing is the fact that since many things have been said on quality living, dealing with death in daily life gives a higher value to the professionals in the context of living wholly and with quality above all. The difficulty of dealing with death, as a natural process of living, frequently helps the professional to make desperate attempts to keep alive patients known to be biologically dead. Discourse affirms that the death theme and the relationship with such patients should be more discussed in the university's curriculum so that the meaning of such phenomena may be demythologized from the idea of fear. A new form of understanding and sensitivity should be endeavored to deal with the death and dying processes. Only when professionals that work in health centers understand that death is part and parcel to existence, will they be able to bewith- the-patient in an authentic way during the latter's terminal period. They should also learn that death and dying are not always a challenge to be overcome but an inalienable part of life.
URI: http://repositorio.uem.br:8080/jspui/handle/1/2358
Aparece nas coleções:2.3 Dissertação - Ciências da Saúde (CCS)

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