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Autor(es): Scardoelli, Márcia Glaciela da Cruz
Orientador: Maria Angélica Pagliarini Waidman
Título: Potencial terapêutico do grupo de artesanato no cuidado a mulheres na atenção básica
Banca: Denize Bouttelet Munari - UFG (Goiás)
Banca: Maria Dalva de Barros Carvalho - UEM
Banca: Maria das Neves Decesaro - UEM
Banca: Sonia Silva Marcon - UEM
Palavras-chave: Mulheres;Artesanato;Atenção básica;Relações familiares;Grupos de apoio;Saúde mental;Atenção básica à mulheres;Estrutura de Grupos;Enfermagem;Brasil.;Mental health;Nursing;Basic attendance;Family relationship;Group structure;Support Groups;Brazil.
Data do documento: 2009
Editor: Universidade Estadual de Maringá
Resumo: Muitas das situações que acontecem no cotidiano da vida do ser humano podem provocar uma desestrutura da saúde mental dos indivíduos, e essa quando não preparada para suportar a sobrecarga de alguns fatores estressantes podem levar a mudanças de comportamentos que quando não percebidas, compreendidas e aceitas dentro do contexto familiar, podem afetar as relações entre os membros familiares. Isso pode levá-los a buscar um mecanismo ou um recurso de suporte que os possibilitem reencontrar um novo caminho para enfrentamento e adaptação de eventos inesperados, nos permitindo pensar que o espaço grupal vem sendo utilizado como uma ferramenta que tem um potencial terapêutico que auxilia no cuidado da saúde mental para reverter à condição de sofrimento evitando, assim, um adoecimento psíquico. Desta forma, o presente estudo tem por objetivos compreender o motivo que leva as pessoas a buscar o grupo de artesanato como cuidado à saúde mental e apreender o significado da participação no grupo e a interferência nas relações familiares. Realizou-se uma pesquisa descritiva de abordagem qualitativa, em um grupo de artesanato de uma Unidade Básica de Saúde do município de Maringá - PR, no período de março a agosto de 2009, que foi desenvolvida junto a 11 mulheres. As técnicas de coleta de dados utilizadas foram: a observação participante, sendo registrada sistematicamente em um diário de campo e a entrevista aberta realizada em domicílio. Os dados obtidos foram tratados segundo a análise de conteúdo proposta por Bardin, onde se procedeu à organização da análise, à codificação e à categorização a partir da identificação dos seguintes temas: Grupo de Artesanato: um espaço de promoção e reabilitação da saúde mental; Encontrando um espaço que promove a fala, a escuta e a partilha; Buscando um espaço para atender as reais necessidades; As pedras preciosas que encontramos em nosso caminho e; Mudanças percebidas em relação a si mesmo refletindo no convívio familiar. Os resultados revelaram que o grupo de artesanato representa uma saída da rotina, uma busca por momentos de prazer e uma ruptura com a tensão dos problemas cotidianos e se coloca em contraposição ao contexto em que as participantes vivenciam, muitas vezes, desgastante, extenuante e estressante, sendo uma forma de usufruir momentos de expressão de criatividade, de gozo, de ocupação de espaço e tempos, de distrair, de rir, sendo momentos de cuidado de si, na busca por uma melhor qualidade de vida, que refletem diretamente na manutenção da saúde mental. O resgate da autoestima e da autoconfiança foi essencial para que algumas mulheres pudessem viver a vida novamente, já que estavam com suas identidades perdidas, devido às situações inesperadas que estavam vivenciando no momento que começaram a participar do grupo. Por meio da convivência em grupo, estas mulheres perceberam algumas mudanças de comportamentos que refletiram em seu modo de pensar, agir e reagir diante das situações corriqueiras do dia-a-dia e também fez com que elas refletissem sobre o respeito que cada um deve ter em relação à individualidade do outro para que pudessem conviver em família de forma harmoniosa e saudável. As percepções das participantes sobre os encontros grupais também expressaram uma melhoria da qualidade das relações familiares que resultou em uma maior aproximação, união e melhora da comunicação entre os membros da família, e isso também foi percebido pelos familiares que continuaram dando apoio para que elas continuassem a participar do mesmo. A troca de experiências de vida de cada uma destas mulheres foi um fator muito presente que possibilitou a aquisição de conhecimentos e informações essenciais de acordo com a necessidade de cada participante para que alguns comportamentos fossem adquiridos ou mudados. Diante disso, consideramos que o grupo de artesanato não vem sendo apenas um passatempo como alguns acreditam ser, mas tem muita importância para seus participantes, possibilitando-lhes uma transformação por meio da convivência com outras pessoas, dando, assim, um novo sentido para vida daquela mulher que antes se sentia inundada em suas angústias, tristezas, solidão e sem muitas expectativas de soluções para o enfrentamento de seus padeceres. Nesse sentido, dentro da visão de promoção da saúde mental, o grupo de artesanato pode ser considerado um dispositivo que vem contribuindo no encontro de condições favoráveis e saudáveis para a melhoria da qualidade de vida e, conseqüentemente, possibilitando a manutenção e o reequílibrio da saúde mental destas mulheres. Julgamos ser relevante agregar novas formas de cuidar em saúde mental, de forma a acolher as pessoas que estão passando por algum sofrimento e que precisam ser cuidadas antes de adoecerem, o que pôde ser constatado nos depoimentos como um dos motivos que levaram algumas mulheres a buscar o grupo de artesanato como um modo de aliviar as suas angústias e suas tristezas cotidianas. Por fim, consideramos que realizar atividades por meio de um espaço grupal é uma importante estratégia a ser utilizada pelos profissionais de saúde, em particular o enfermeiro, para o desenvolvimento de ações de promoção da saúde mental na atenção básica, pois com este estudo foi possível perceber o quanto o espaço grupal influenciou de forma positiva na vida dessas pessoas, interferindo diretamente na relação consigo mesma e na relação com outras pessoas significativas em suas vidas, e isso refletiu diretamente na manutenção da saúde mental.
Abstract: Several situations in human day-to-day life cause turmoil in the subject's mental health. When the latter is unprepared for overloads of stressing factors they will bring about behavior changes which, if not perceived, understood or accepted within the family context, affect relationships among family members. Current research aims at understanding the motives that cause subjects to integrate artisan groups as a prop for their mental health, the meaning of group participation and its influence on family relationship. This fact may help them to seek a mechanism or a support basis that would make them find a new path to face and adapt themselves to unexpected events. Thus, group space may be used as a tool with a therapeutic potential for the mental state against a return to pain conditions. Psychic ailment is consequently avoided. A descriptive research with eleven females was undertaken and featured participatory observation and qualitative approach with regard to an artisan group of a Health Basic Unit in the municipality of Maringá PR Brazil, between March and August 2009. Data collection techniques comprised participatory observation, systematically reported in a field diary, and an open interview carried out at the subjects' home. Data were analyzed according to Bardin, coupled to organization of analysis, codification and categorization by the identification of themes: a space for the promoção and rehabilitation of mental health; Finding a space that promotes speaking, listening and sharing; seeking a space to attend to real needs; the precious stones that we meet in our path; changes perceived with regard to one self and reflected in familial conviviality. Results showed that the artisan group represented a solution from tedious routine life, moments of leisure and a rupture from the tensions caused by daily problems. Further, the artisan group was counterpoised to the extenuating and stress context which the female participating subjects experienced, or rather, a way to experience a period of creativity, leisure, occupation of space and time, distraction and laughter. In fact, it was experienced as a period dedicated to self-care and a better life quality which directly affected the maintenance of mental health. The recovery of self-esteem and self-confidence was important so that the female subjects could live a different type of life. In fact, their identities had been lost owing to unexpected situations they were experiencing when they started to participate in the group. Group conviviality made these women perceive changes in behavior which affected their way of thinking, acting and reacting in the wake of common day-to-day situations. It also made them think on the respect one must have with regard to the individuality of the other so that they could live harmoniously and healthily within the family. The participants' perceptions on group meetings also showed an improvement in family relationships which caused a significant approach, agreement and communication among the members. This fact was also perceived by members of the family who continued their support so that they could further their participation in the group. Exchange of life experience among the female subjects was a lively factor that made possible the acquisition of important knowledge and information according to the needs of each one so that a certain type of behavior could be acquired or changed. The artisan group showed up to be not a mere leisure as many believed but a factor of paramount important. In fact, transformation through the conviviality with other people became possible. A new meaning to the subjects' life was thus provided when prior to the event their lives was full of anxiety, sadness, loneliness and lacking expectation of any solutions to face their woes. The artisan group within the prospect of mental health is a strategy which contributes towards favorable and healthy conditions for an improvement in life quality and, consequently, the maintenance and re-equilibrium of the female subjects' mental health. It is highly important to discover other ways of mental health care so that other people who suffer and need care prior to their sickness may be accepted. This fact may be found in the interview answers as one of the motives that caused some of the female subjects to integrate themselves in the artisan group to lessen their anxieties and unhappiness found in the daily course of their lives. Carrying out activities within a group is an important strategy that should be employed by health professionals, especially by nurses, for the development of activities to promote mental health as basic care. Current analysis showed the importance of group space and its positive influence in the life of the subjects. In fact, it directly affected one's relationship and the relationship with other people in their lives. Direct influence in the maintenance of the subjects' mental health has been successfully perceived.
URI: http://repositorio.uem.br:8080/jspui/handle/1/2436
Aparece nas coleções:2.3 Dissertação - Ciências da Saúde (CCS)

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