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Autor(es): Pini, Jéssica dos Santos
Orientador: Maria Angélica Pagliarini Waidman
Título: Saúde mental na atenção básica : atuação das equipes da estratégia saúde da família
Banca: Mara Regina Santos da Silva - FURG (RS)
Banca: Dorotéia Fátima Pelissari de Paula Soares - UEM
Palavras-chave: Saúde mental;Atenção básica;Psiquiatria comunitária;Programa de Saúde da Famlia;Atenção primária à saúde;Serviços comunitários saúde mental;Brasil.;Mental health;Community psychiatry;Family health program;Primary health services;Mental health community services;Brazil.
Data do documento: 2009
Editor: Universidade Estadual de Maringá
Resumo: Com a reforma psiquiátrica e da atenção básica, o portador de transtorno mental (PTM) retorna a família e comunidade necessitando da assistência das equipes da estratégia saúde da família (ESF). Sabemos que essas equipes estão se organizando para cuidar desses indivíduos, já que se trata de uma responsabilidade recente. Deste modo, o presente estudo objetiva conhecer as ações aos PTM e suas famílias, desenvolvidas pela ESF e compreender as facilidades e dificuldades que os profissionais dessas equipes encontram ao realizarem a assistência em saúde mental. Optou-se por desenvolver uma pesquisa exploratória-descritiva de análise qualitativa no município de Maringá - PR, utilizando a estratégia do grupo focal para a coleta de dados. Primeiramente escolhemos as 2 Unidades Básicas de Saúde (UBS) que encaminharam maior número de indivíduos ao setor de emergência psiquiátrica do Hospital Municipal de Maringá e que tinham na população de abrangência mais indivíduos cadastrados no Centro Integrado de Saúde Mental. Em cada UBS foi formado um grupo focal com a equipe da ESF que apresentava todas as categorias profissionais e em número suficiente para cobertura de sua área de abrangência. Para a análise dos dados foi utilizada a técnica de análise de conteúdo de Bardin. Obtivemos a aprovação do Comitê de Ética e Pesquisa e da Secretaria Municipal de Saúde de Maringá para realizar o estudo; os participantes assinaram o termo de consentimento e aceitaram a gravação do grupo focal. Nas discussões foram identificadas ações desenvolvidas no acompanhamento e na crise do PTM. No acompanhamento foram apontadas as visitas domiciliares, a criação e fortalecimento do vínculo, a reinserção social do PTM, a medicalização, o encaminhamento a serviços e profissionais especializados e assistência aos PTM e familiares. Na crise, foram citadas a avaliação do quadro, encaminhamento a emergência psiquiátrica, empenho da equipe e a busca pela internação psiquiátrica. Quanto aos fatores que interferem na assistência ao PTM foram identificados mais dificuldades que facilidades, sendo apresentados os sentimentos negativos, o despreparo profissional, a priorização das atividades curativas, a existência de critérios para atendimento/acompanhamento, ou a falta deles, a referência e contra-referência deficiente, as atividades da equipe do Centro de Atenção Psicossocial na lógica matricial, o vínculo entre PTM/família/equipe, a falta de responsabilização, participação, apoio e conhecimento da família com recusa da atuação da ESF, e a baixa adesão do PTM à terapêutica indicada. Observamos que as equipes estão realizando várias ações aos PTM, estando atentas aos princípios da desinstitucionalização de percebendo-se como principais cuidadores desses indivíduos que estão em sua área de abrangência. Contudo, para assistir aos PTM, por várias vezes, os profissionais se deparam com fatores que interferem nas ações e, com a reflexão, atentaram para seu poder de modificá-los através de discussão com demais profissionais da equipe, da UBS, serviços da rede em saúde mental, gestores e comunidade. Ao final do estudo, observamos os avanços consideráveis na assistência ao PTM pela ESF em todos os momentos da permanência deste na comunidade e notamos que este é um momento de transição em que é necessário aos profissionais desenvolverem ações e participarem de uma rede que ainda encontra-se em construção, além de reformular seu modo de pensar a saúde mental e seus conceitos sobre o PTM e o cuidado que devem oferecer. Assim, compete à equipe buscar meios para consolidar a assistência na atenção básica, principalmente pela ESF, abandonando totalmente o passado de manicômios e internações desnecessárias que assombram nosso país e os PTM.
Abstract: After the psychiatric and primary care reformulation, the mental patient (MP) returns to his family and community, requiring the assistance of the Family Health Strategy (FHS). It is known that these teams are still organizing themselves to provide care for these individuals, since it is a recent responsibility. Thus, this study aimed at evaluating the actions carried out by the FHS towards the MP and their families, and understanding the strengths and difficulties these professionals face to give a mental health care. An exploratory, descriptive qualitative analysis was employed, using the focal group strategy to gather data in the city of Maringá - PR. First, two Basic Health Units (BHU) were chosen. These two BHUs forwarded most individuals to the psychiatric emergency of Maringá Municipal Hospital and had more subjects enrolled in the Integrated Center for Mental Health in its area. A focus group with FHS staff was assembled in each BHUs. This group had professionals from all occupational categories and in sufficient numbers to cover their service area. Bardin's content analysis was used to analyze the data. The Ethics and Research Committee and the Municipal Health Department of Maringa granted their permission to carry out the study. The participants signed a consent form and agreed to the recording the focus group. Activities carried out during the MP's monitoring and crisis were identified in the discussions. the monitoring activities consisted of home visits, creation and strengthening of bonds, the MP's social reinsertion, medication, referral to services and professional expertise, guidance to the MP and his/her family and assistance to family members. The following actions were taken on a breakdown: episode assessment, referral to emergency psychiatric, team's commitment and the search for psychiatric hospitalization. As for factors affecting the care of MPs there were more problems than facilities; negative feelings, lack of professional training, prioritization of remedial activities, the existence of criteria for treatment/monitoring, or the lack thereof, inadequate reference and counter reference, the CAPS team activities in the logical matrix, the bonds among the MP/family/team, lack of accountability, participation, support and knowledge of the family, FHS refusal to perform, and poor adherence to the indicated therapy by the MP. It was noticed that the teams are carrying out several actions towards the MPs, keeping in mind the deinstitutionalization principles and perceiving themselves as the main caregivers for those in their service area. However, in order to assist the MP, these professionals are repeatedly faced with factors that affect their actions and, upon reflecting, they saw they had the power to change them through discussion with the other BHUs team members, the mental health network service, managers and community. At the end of the study, a considerable progress was noted on the part of the FHS in assisting the MP at all times they are within the community. It was also noted that this is a transition time where the professionals need to carry out activities and participate in a network that is still under construction, besides reformulating their way of thinking mental health, their beliefs regarding the MP and the care that should be offered them. Thus, it is the team's duty to seek ways to strengthen at basic health care, especially FHS, leaving behind the history of asylums and unnecessary hospitalizations which haunt our country and the MPs.
URI: http://repositorio.uem.br:8080/jspui/handle/1/2455
Aparece nas coleções:2.3 Dissertação - Ciências da Saúde (CCS)

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