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Autor(es): Dupla, Simone Aparecida
Orientador: Andrade, Solange Ramos de
Título: Imaginário e devoção no culto à deusa mesopotâmica Inanna/Ishtar (2112-1600)
Palavras-chave: Inanna (Divindade sumeriana);Mesopotâmia;Sumérios - Crença
Data do documento: 1-Abr-2019
Editor: Universidade Estadual de Maringá
Citação: DUPLA, Simone Aparecida. Imaginário e devoção no culto à deusa mesopotâmica Inanna/Ishtar (2112-1600). 2019. 224 f. Tese (doutorado em História)--Universidade Estadual de Maringá, Centro de Ciências HUmanas, Letras e Artes, 2019, Maringá, PR.
Resumo: Inanna, a divindade tutelar da cidade de Uruk, na Antiga Mesopotâmia, foi a deusa mais referenciada e complexa dentro do sistema cultural dessa região. Deusa do amor e da guerra, da tempestade e do trovão, patrona do exército, Senhora da Batalha e da Justiça, encarregada de dar o destino ao rei, portadora dos MEs, Rainha dos Céus, deusa da vida e de suas infinitas manifestações foram alguns dos epítetos e funções com que foi titulada. A quantidade de documentos que fazem menção a ela e de templos identificados como sendo seu local de culto a qualificaram como a divindade mais popular da Mesopotâmia. E essa popularidade atraiu a atenção de monarcas poderosos, fosse pela devoção a ela ou pelos jogos de poder que envolviam relações templárias, palacianas e de controle da população. E são essas relações e suas confluências que abordo nessa tese, cujo recorte temporal é o período de Ur III ao Paleobabilônico, minha hipótese é que o culto, cuja festividade mais importante era o casamento sagrado, não se restringia apenas a um jogo de interesses entre os poderes políticos e religiosos, como forma de legitimação real e mantenedor da influência templária, suas raízes e sustentáculos têm como base as classes populares e grupos de devotos das mais diversas camadas sociais. O culto congregava setores dispares da sociedade, influenciava no imaginário social ditando regras comportamentais, para além de todo aparato estilístico do ritual do hierogamos havia uma devoção popular a Inanna, cujo contato com o sagrado tinha caminhos tão múltiplos quanto às facetas da deusa. Ao fim da análise das fontes textuais e iconográficas concluímos que o culto de Inanna, contribuiu para a legitimação real, porém, dado a tradição deste presente na cidade de Uruk desde os primeiros tabletes conhecidos, os reis acabaram por manter vivo um rito local, visto que sua aceitação pelas classes populares os favorecia em relação à ideia de coesão social, a crença também favoreceu um grupo especifíco da sociedade: as mulheres, que ao apropriarem-se do discurso da deusa conseguiram certas ―liberdades‖. O culto de Inanna tornara-se assim, um caminho de mãos múltiplas, pois servia aos propósitos do rei, do clero e dos devotos. Foi a característica multifacetada de Inanna que permitiu o jogo de poder entre o soberano, o complexo templário e os fiéis e unificou o imaginário religioso mesopotâmico em torno de uma divindade feminina que ao contrário do restante do panteão, não tinha um lugar demarcado, transitava por espaços infindos, justificava condutas, promovia a quebra de regras e modelos comportamentais considerados aceitáveis
Abstract: Inanna, the tutelary deity of the city of Uruk in Ancient Mesopotamia, was the most referenced and complex goddess within the cultural system of that region. Goddess of love and war, storm and thunder, patron of the army, Lady of the Battle and Justice, charged with giving destiny to the king, bearer of the MEs, Queen of Heaven, goddess of life and its infinite manifestations were some of the epithets and functions with which it was titled. The number of documents mentioning it and of temples identified as her place of worship have qualified her as the most popular deity of Mesopotamia. And this popularity attracted the attention of powerful monarchs, whether by devotion to it or by power plays that involved Templar, palatial, and population control relations. And it is these relations and their confluences that I approach in this thesis, whose temporal clipping is the period from Ur III to Paleobabilônico, my hypothesis is that the cult, whose most important feast was the sacred marriage, was not restricted to a game of interests between political and religious powers as a form of real legitimation and maintainer of the Templar influence, its roots and support are based on the popular classes and groups of devotees of the most diverse social strata. The cult congregated disparate sectors of society, influenced in the social imaginary dictating behavioral rules, beyond all stylistic apparatus of the ritual of the hierogaments there was a popular devotion to Inanna, whose contact as the sacred had paths as multiple as the facets of the goddess. At the end of the analysis of the textual and iconographic sources we conclude that the Inanna cult contributed to the real legitimation, but given the tradition of this present in the city of Uruk from the first known tablets, the kings eventually kept a local rite alive that their acceptance by the popular classes favored them in relation to the idea of social cohesion, the belief also favored a specific group of society: women, who, by appropriating the goddess's discourse, achieved certain "freedoms." Inanna's worship had thus become a multihanded way, for it served the purposes of the king, clergy, and devotees. It was Inanna's multifaceted characteristic that allowed the power play between the sovereign, the Templar complex and the faithful and unified the Mesopotamian religious imaginary around a female deity who unlike the rest of the pantheon, had no place demarcated, passed by spaces, justified conducts, promoted the breaking of rules and behavioral models considered acceptable
URI: http://repositorio.uem.br:8080/jspui/handle/1/5371
Aparece nas coleções:3.6 Tese - Ciências Humanas, Letras e Artes (CCH)

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