Protocolo de Trauma Ortopédico Eletivo (TOE) : contribuições para a gestão de leitos hospitalares

Abstract

Resumo: Este trabalho teve como objetivo analisar a eficácia da ocupação de leitos hospitalares decorrente da implantação do Protocolo de Trauma Ortopédico Eletivo (TOE) enquanto política pública de atendimento ao trauma ortopédico de baixo risco. Tratou-se de um estudo quantitativo, descritivo, quase experimental, em hospital público de grande porte, sendo investigados prontuários eletrônicos dos usuários assistidos no Pronto Socorro com o diagnóstico de trauma ortopédico de mão de baixo risco e submetidos a tratamento cirúrgico. Os prontuários foram divididos em dois grupos (I e II) com intervalos de 6 meses pré e pós implantação do Protocolo TOE no serviço, respectivamente, nos meses de junho a agosto dos anos de 2014 e 2015, tendo a coleta de dados ocorrido de janeiro a março de 2016. A análise pautou-se em cálculo de média e teste de diferença de média, priorizando alguns indicadores hospitalares, como tempo de permanência e giro de ocupação de leitos. Foram encontrados 517 prontuários de procedimentos ortopédicos de baixo risco realizados pela especialidade de cirurgia de mão, sendo 249 do Grupo I e 268 do Grupo II, e, destes, 46 submetidos ao Protocolo TOE. A maioria dos usuários do sexo masculino, na faixa etária de 39 anos. O tempo de permanência médio do Grupo I foi de 17:05 horas, do Grupo II foi de 17:02 horas e do Protocolo TOE foi de 08:30 horas. Os dados de investigação apontaram para aumento do giro de ocupação de leitos hospitalares associado ao Protocolo TOE, mesmo em presença de algumas fragilidades, especialmente quanto ao registro em sistema e ao processo de trabalho desenvolvido. Conclui-se que a implantação e o aprimoramento da assistência em saúde mediada pelo Protocolo TOE, como política pública de atendimento ao trauma ortopédico de baixo risco, podem trazer benefícios importantes aos usuários e ao sistema de saúde, a exemplo da redução de danos e riscos às vítimas de trauma, redução do tempo de permanência hospitalar, aumento do giro de ocupação, possibilidade de ocupação de leito emergencial por outro tipo de usuário, de maior gravidade, redução de custos hospitalares entre outros. Reitera-se que a construção de indicadores para avaliação do trabalho em saúde pode subsidiar tais processos

Abstract: This study aimed to analyze the effectiveness of hospital bed occupancy resulting from the implementation of the Elective Orthopedic Trauma Protocol (TOE) as a public policy for the treatment of low risk orthopedic trauma. It was a quantitative, descriptive, almost experimental study in a large public hospital. Electronic medical records of the users assisted in the Emergency Room with the diagnosis of low risk hand orthopedic trauma and undergoing surgical treatment were investigated. The charts were divided into two groups (I and II) with 6-month intervals pre and post-implantation of the TOE Protocol in the service, respectively, in the months of June to August of the years 2014 and 2015, with data collection from January to March 2016. The analysis was based on calculation of mean and test of mean difference, prioritizing some hospital indicators, such as length of stay and turnover of bed occupancy. A total of 517 records of low-risk orthopedic procedures performed by the hand surgery specialty were found, of which 249 were from Group I and 268 from Group II, of which 46 were submitted to the TOE Protocol. The majority were male users, in the age group of 39 years. The mean stay time of Group I was 17:05 hours, Group II was 17:02 hours and the TOE Protocol was 08:30 hours. The research data pointed to an increase in the turnover of hospital beds associated to the TOE Protocol, even in the presence of some weaknesses, especially regarding the registry in the system and the work process developed. It is concluded that the implementation and improvement of health care mediated by the TOE Protocol, as a public policy for the treatment of low-risk orthopedic trauma, can bring important benefits to users and the health system, such as harm and risk reduction to the victims of trauma, reduction of the length of hospital stay, increase of occupation turnover, possibility of occupying an emergency bed by another type of user, of greater severity, reduction of hospital costs, among others. It is reiterated that the construction of indicators for health work evaluation can support such processes