Performance, porrada e purpurina : histórias e memórias LGBT+ em recentes documentários brasileiros

Abstract

Resumo: Na construção deste texto transito entre a primeira e a terceira pessoa, apoiando-me em elementos da minha trajetória pessoal e acadêmica que me permitiram construir uma análise dos corpos desobedientes, sendo eles, nesta perspectiva, os que, historicamente, borraram às fronteiras de gênero e sexualidade. Para pensar acerca dessas fronteiras, recorro a cinco documentários como campo de análise, observados a partir de três categorias (performance; circuito cultural; perseguição e enfrentamento político). Estes materiais organizam metodologicamente, com base nas suas asserções sobre o mundo histórico, minha narrativa, sendo eles: Divinas Divas (2017), Dzi Croquettes (2009), Lampião da Esquina (2016), Meu amigo Cláudia (2009) e São Paulo em Hi Fi (2013). Todos estes documentários são constituídos a partir de memórias acerca do que a ditadura civil-militar brasileira (1964-1985) representou aos corpos marcados pelo rompimento que propuseram aos papéis de gênero e sexualidade. Sua importância é reiterada em festivais que versam sobre a temática da diversidade de gênero e sexualidade e contribuem com a construção de espaços políticos de sociabilidade da comunidade LGBT+ (lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais +) na contemporaneidade. Na constituição deste campo respeito a tensão que se estabelece entre História e memória, as limitações de uma em relação a outra e estabeleço uma crítica sobre a ausência de participação dos corpos LGBT+ nos diversos processos que envolvem reconstruir suas histórias através do audiovisual