Análise de uma sequência didática sobre fermentação : interações discursivas e a elaboração do conhecimento

Abstract

RESUMO: Conforme a perspectiva construtivista de ensino, o professor é o mediador entre o conhecimento e o aluno. Além disso, diz respeito à disposição para possibilitar uma amplitude maior na construção do conhecimento e, assim, oportunizar momentos em que o conhecimento seja questionado, explorado, ressignificado nas interações interpessoais e assimilado de modo intrapessoal pelo aluno. Nesse sentido, aprender ciência é desenvolver outra linguagem social e científica, diferente daquela cotidiana comumente utilizada pelos alunos. Nesse contexto, este trabalho tem, por objetivo, avaliar as interações discursivas entre o processo de ensino e a aprendizagem de um conteúdo escolar na prática pedagógica, bem como compreender o processo de construção do conhecimento, por meio de intercâmbio de significados. Na pesquisa, foram analisados episódios extraídos de uma sequência didática (SD) de 6 horas/aula, desenvolvida com alunos do 7º ano do Ensino Fundamental de uma escola particular do município de Maringá – Paraná. Os dados foram coletados durante a prática no laboratório de Ciências da escola, mediante gravações em áudio com um grupo de dez alunos. Para a análise dos conteúdos de aprendizagem da SD aplicada e das interações discursivas estabelecidas entre o professor/aluno e/ou aluno/aluno, utilizou-se a estrutura analítica proposta por Zabala (1998) e as categorias idealizadas por Mortimer e Scott (2002), respectivamente, visto que oferecem suporte, no sentido de compreender a importância do ambiente, diálogo e interações entre os indivíduos. Ao final da análise, evidenciaram-se os padrões discursivos, como o uso das abordagens comunicativas interativa/dialógica e interativa/de autoridade, durante as intervenções da professora e identificaram-se elementos potenciais, como agir com intencionalidade nas ações didáticas e elementos limitantes e a ausência de interações discursivas nas aulas – ensino unidirecional –, os quais podem favorecer ou impedir a elaboração do conhecimento por parte dos alunos, na re(estruturação) de suas ideias e na construção de novos significados

ABSTRACT: According to the teaching constructivist perspective, the teacher is the mediator between knowledge and the student, this attitude refers to the willingness to allow a greater amplitude in the construction of knowledge, that is, to create moments in which knowledge is questioned, explored, redefined in interpersonal interactions so that it is assimilated intrapersonally by the student. Learning science is developing another social language, a scientific language, different from the everyday language commonly used by students. In this context, this paper aims to evaluate the discursive interactions between the teaching and learning process of a school content with the pedagogical practice, as well as to understand the process of knowledge construction through the exchange of meanings. In this research were analyzed episodes extracted from a didactic sequence of 6 hours / class with students from the 7th year of Elementary School of a private school in the city of Maringá - Paraná. The data were collected during the classes in the science laboratory of the school, by audio recordings with a group of 10 students. The analytical structure proposed by Zabala (1998) and the categories idealized by Mortimer and Scott (2002) were used to analyze the learning contents of the applied didactic sequence and the discursive interactions established between the teacher - student and the student - student, since they support us in understanding the importance of environment, dialogue and interactions among individuals. At the end of the analysis, it was possible to highlight the discursive patterns, such as, the use of communicative approaches: interactive/dialogical and interactive/of authority, during the teacher's interventions and identify potential elements, such as acting with intentionality in didactic actions and limiting elements, such as absence of discursive interactions in the classroom (one-way teaching), which favor or impede the students' elaboration of knowledge, in the sense of re-structuring their ideas and in the construction of new meanings