Modelagem matemática no estágio pedagógico : uma investigação fenomenológica

Abstract

RESUMO: O tema que perseguimos nesta pesquisa emerge das nossas vivências com a Modelagem na Educação Matemática o que nos direcionou a refletirmos sobre a Formação de Professores em Modelagem Matemática. Nesse contexto, voltamos a atenção na busca pelos sentidos que emergem sobre a Modelagem Matemática no Estágio como componente da Formação de Professores, o que se traduziu pela seguinte interrogação: O que é isto, a Modelagem Matemática no Estágio Pedagógico?. Como assumimos a postura fenomenológico-hermenêutica, perseguimos interrogando a própria interrogação em busca dos diferentes modos pelos quais poderíamos estabelecer compreensões sobre o fenômeno, segundo os seus modos de manifestação. Desses diferentes modos, a interrogação nos guiou àqueles que poderiam, por meio do discurso, expressar relatos de vivências com a Modelagem Matemática no Estágio. Foi quando nos demos conta de que o expresso por docentes que atuaram com Estágio nas instituições universitárias paranaenses, bem como de estagiários que vivenciaram de algum modo a Modelagem Matemática no Estágio, constituiriam um material significativo para análise. Assim, os dados constituídos e analisados foram os relatos de vivências de 9 docentes e as discussões durante a participação de estagiários no Estágio não-convencional do curso de Licenciatura em Matemática da Universidade Estadual de Maringá – UEM, que intitulamos Estágio com Modelagem Matemática. Após a constituição dos dados, efetuamos as transcrições e destacamos unidades de sentido, isto é, excertos que diziam do fenômeno que a interrogação interroga e, com a hermenêutica, clareamos o entendimento de alguns termos e palavras no contexto do texto, já que eles poderiam subsidiar a nossa compreensão do dito, revelando-nos a estrutura do fenômeno. Na sequência, cada uma das unidades de sentido foi articulada em unidades de significado, expressas pela nossa linguagem, as quais foram submetidas a sucessivos movimentos de convergências, isto é, de reduções fenomenológicas, a fim de buscarmos ideias nucleares que, de algum modo, dizem da estrutura do buscado. Desse movimento, chegamos às quatro ideias nucleares, a saber: 1) Sobre a Modelagem Matemática no Estágio: um exotismo em movimento; 2) Modelagem Matemática no Estágio: práticas desarticuladas do núcleo curricular de Formação Docente; 3) Modelagem Matemática no Estágio Pedagógico: uma possibilidade de produção de conhecimento didático-matemático-pedagógico para os agentes da prática pedagógica; e 4) Modelagem Matemática no Estágio Pedagógico: um modo de vivenciar a Formação Inicial de Professores; as quais nos revelaram que refletir sobre a Modelagem Matemática no Estágio é considerar, dentre vários aspectos, os descompassos que surgem entre uma abordagem interdisciplinar num contexto que é totalmente disciplinar. É considerarmos também as concepções de ensino e de aprendizagem dos agentes que realizam a prática pedagógica com Modelagem Matemática, que ora se mostram como obstáculos para o seu empreendimento, ora se modificam com as experiências vivenciadas com ela no Estágio. Nesse sentido, descortinarmos sobre a Modelagem Matemática no Estágio Pedagógico é mergulharmos em duas perspectivas de discussão, uma organizacional e outra pedagógica, que se complementaram ao nos revelar um terreno fecundo para a Formação de Professores em Modelagem Matemática.

ABSTRACT: The theme we pursue in this research emerges from our experiences with Modeling in Mathematical Education that has led us to reflect on Teacher Training in Mathematical Modeling. In this context, we have the intention in the search for the senses that emerge about Mathematical Modeling in the Internship as a component of Teacher Training, which translated into the following question: What is this, Mathematical Modeling in the Internship? As we assumed the phenomenological-hermeneutic posture, we pursued our own interrogation in search of the different ways in which we could establish understandings about the phenomenon, according to its modes of manifestation. In these different ways, the question guided us to whose who could express accounts of experiences, through discourse, with Mathematical Modeling in the Internship. It was when we realized that the expressed by professors who worked with Internship in the university institutions of Paraná, as well as of the treinees who experienced in some way the Mathematical Modeling in Internship, would constitute a significant material for analysis. Thus, the data constituted and analyzed were the experience reports of 9 teachers and the discussions during the participations of trainees in the non-conventional Internship of the Mathematics Degree course of Maringá State University – UEM, which we entitled Internship with Mathematics Modeling. After the constitution of the data, we made the transcriptions and highlighted units of meaning, that is, excerpts that said of the phenomenon that the interrogation questions and, with the hermeneutics, we clarified the understanding of some terms and words in the context of the text, since they could subsidize our understanding of the saying, revealing to us the structure of the phenomenon. In the sequence, each of the units of meaning was articulated in units of meaning, expressed by our language, which were submitted to sucessive movements of convergence, that is, of phenomenological reductions, in order to search for nuclear ideas that, in some way, say of the structure of the search. For this movement, we come to the four core ideas, namely: 1) On Mathematical Modeling in the Internship: an exoticism in movement; 2) Mathematical Modeling in the Internship: disjoined practices of the Teaching Curriculum; 3) Mathematical Modeling in the Internship: a possibility of producing didactic-mathematical-pedagogical knowledge for the agents of pedagogical practices; and 4) Mathematical Modeling in the Internship: a way of experiencing the Initial Formation of Teachers; which revealed to us that to reflect on Mathematical Modeling in the Internship is to consider, among several aspects, the gaps that arise between an interdisciplinary approach in a context that is totally disciplinary. It is to consider that also the teaching and learning conceptions of the agents to carry out the pedagogical practice with Mathematical Modeling, which sometimes show themselves as obstacles to their interprise, and sometimes change with the experiences they have lived with it in the Internship. This way, to discover about Mathematical Modeling in the Pedagogical Internship is to dive into two perspectives of discussion, one organizational and other pedagogical, which complemented each other by revealing to us a fertile ground for the Formation of Teachers in Mathematical Modeling.