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http://repositorio.uem.br:8080/jspui/handle/1/6016
Autor(es): | Graebin, Ilsinéia |
Orientador: | Ichikawa, Elisa Yoshie |
Título: | Cotidiano, gênero e práticas organizativas : um estudo com mulheres em uma facção doméstica |
Banca: | Rampazo, Adriana da Silva Vinholi |
Banca: | Teixeira, Juliana Carolina |
Palavras-chave: | Facção doméstica;Práticas organizativas - Administração;Relações de gênero - Mercado de trabalho;Costureiras |
Data do documento: | 2020 |
Editor: | Universidade Estadual de Maringá |
Citação: | GRAEBIN, Ilsinéia. Cotidiano, gênero e práticas organizativas: um estudo com mulheres em uma facção doméstica. 2020. 134 f. Dissertação (mestrado em Administração) - Universidade Estadual de Maringá, 2020, Maringá, PR. |
Abstract: | RESUMO: Neste trabalho busquei compreender como a junção entre práticas organizativas e práticas
domésticas constituem o cotidiano de mulheres que trabalham em uma facção doméstica de
Sarandi-PR. Para tanto, tive como base teórica a teoria do cotidiano de Michel de Certeau
(2012), a visão de práticas organizativas de Theodore Schatzki (2005), a perspectiva pósestruturalista
de gênero de Judith Butler (1990) e ainda considerei a divisão sexual do trabalho
nas concepções de Helena Hirata, Danièle Kergoat (2007) e a perspectiva histórica de Carole
Pateman (1993). Esta pesquisa é de natureza qualitativa. Os dados foram obtidos por meio de
observação direta e entrevistas semiestruturadas. A análise foi feita por meio da análise de
discurso (AD) da linha francesa. Então, considerando estes aspectos pude constatar que o
cotidiano das trabalhadoras estudadas é marcado por muitas práticas ligadas ou não ao trabalho
da costura, assim há uma mistura de práticas cotidianas, práticas domésticas e práticas
organizativas. Quanto às práticas cotidianas, notei estratégias, táticas e outras práticas
realizadas dentro de suas possibilidades, que por vezes, são reações às influências que sujeitos
mais fortes exercem sobre elas. Sobre as práticas organizativas, visualizei que muitas delas
estão associadas à ideia de que pertencem à mulher, com destaque para as práticas de costurar,
cozinhar, limpar, que também podem ser consideradas práticas domésticas. Percebi nas
costureiras a naturalização destas práticas como sendo atribuídas às mulheres. Assim, visualizei
que as costureiras agiam performaticamente, reforçando esse e outros discursos
heteronormativos. A partir da naturalização da divisão sexual do trabalho, as costureiras
pesquisadas não se atentam para o contexto de sobrecarga de suas atividades e da precariedade
do trabalho a que estavam submetidas. Desta forma, elas se desdobram em conciliar vida
profissional e vida doméstica, ao terem que executar inúmeras tarefas, entre elas trabalhar na
facção, cuidar de filhos, fazer comida e tudo ao mesmo tempo. E toda essa configuração de vida
a que estão submetidas é impactada de diversas formas pelos discursos machistas
heteronormativos que, muitas vezes, são internalizados por elas, sem que haja a reflexão de que
também são oprimidas por estes discursos, que insistem em inferiorizar as mulheres nas
diversas áreas da vida, seja em casa, no trabalho e na família. ABSTRACT: In this work, I tried to understand how the combination of organizational practices and domestic practices constitutes the daily life of women who work in a domestic faction in Sarandi-PR. For that, I had as a theoretical basis the theory of everyday life by Michel de Certeau (2012), the view of organizational practices by Theodore Schatzki (2005), the post-structuralist perspective of gender by Judith Butler (1990), and I still considered the sexual division of labor in the conceptions of Carole Pateman (1993), Helena Hirata and Danièle Kergoat (2007). This research is of a qualitative nature. The data were obtained through direct observation and semistructured interviews. The analysis was done through the speech analysis (AD) of the French line. Therefore, considering these aspects, I could see that the daily life of the workers is marked by many practices linked or not to the sewing work, so there is a mixture of daily practices, domestic practices, and organizational practices. As for everyday practices, I noticed strategies, tactics, and other practices carried out within their means and, sometimes, they are reactions to the influences of stronger subjects who exercise power over them. Regarding organizational practices, I saw that many of them are associated with the idea of belonging to women, with emphasis on practices: sewing, cooking, cleaning, which can also be considered domestic practices. I perceived in the seamstresses a naturalization of these practices to be attributed to women, thus, I visualized that the seamstresses acted performatically reinforcing this and other heteronormative discourses. From the naturalization they had, also made possible by the sexual division of labor, the seamstresses did not pay attention to the context of overload of activities and precarious work in which they were subjected. Thus, they went to great lengths to reconcile work and home life, having to perform numerous tasks, among them: working in the faction, taking care of children, making food, and all at the same time. And this whole configuration of life to which they are subjected is impacted in different ways by heteronormative male speeches that are often internalized by them, without the reflection that they are also oppressed by these speeches that insist on making women inferior in different areas of life, whether at home, at work, in the family. |
Descrição: | Orientadora: Profª. Drª. Elisa Yoshie Ichikawa Dissertação (mestrado em Administração) - Universidade Estadual de Maringá, 2020 |
URI: | http://repositorio.uem.br:8080/jspui/handle/1/6016 |
Aparece nas coleções: | 2.7 Dissertação - Ciências Sociais Aplicadas (CSA) |
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