Relations of power and multi-logics field : analyzing the maternity practices in Brazil and England

Abstract

RESUMO: Dentro da perspectiva da lógica institucional, ainda falta entendimento das condições sob as quais práticas heterogêneas são promulgadas. Para entender isso, eu foco no papel do poder. Contextos que geram multiplicidade institucional abrangem as relações de poder, pois nem todos os atores são capazes de promover suas lógicas e impor suas demandas com a mesma persistência. Meu principal argumento é que a configuração de diferentes resultados varia de acordo com o equilíbrio das relações de poder entre os atores no campo da multi-lógicas. A fim de examinar isso, eu conduzi dois estudos de caso no domínio da maternidade no Brasil e na Inglaterra, com o objetivo principal de compreender como as relações de poder moldam a adoção de práticas no campo da maternidade em cada local. Os casos foram investigados por meio de estratégias metodológicas predominantemente qualitativas, com a adoção de técnicas quantitativas complementares. Os dados foram coletados por meio de pesquisa documental, survey on-line e entrevistas com mães e profissionais de saúde em ambos os locais, seguindo uma estrutura de multi-estágios. A análise dos dados foi primeiramente realizada separadamente, adotando análises descritivas e de frequências e análise de variância e covariância para os dados quantitativos e análise interativa para dados qualitativos, e depois mescladas para uma análise final interativa. Ao examinar os casos, os achados empíricos evidenciam uma tipologia de sete categorias de variação de práticas que mostraram efeitos contrastantes; desconexão com distinções materiais; e fluidez de práticas. O estudo também identificou que a variação na prática depende das relações de poder. Assimetrias de poder estão ligadas às práticas disruptivas como um mecanismo de instabilidade institucional que pode levar a possíveis mudanças, tanto por meio do desenvolvimento de novas práticas quanto da criação de novos arranjos institucionais, e ambos a partir de um papel cada vez maior da agência. Por outro lado, simetrias de poder estão ligadas a práticas reforçadoras que atuam como estabilizadoras, mantendo a atual configuração institucional e desmotivando a agência para agir. O estudo também contribui para implicações práticas, oferecendo subsídios para uma reflexão mais profunda sobre a promoção da melhoria da assistência à maternidade. Dada a relevância do contexto empírico, os achados podem ajudar a melhorar os cuidados de saúde nos dois países, mas especialmente no Brasil, onde a alta incidência de cesarianas é retratada como um problema de saúde pública e as mulheres foram encontradas com relações assimétricas de poder com os profissionais de saúde.

ABSTRACT: Within the institutional logic’s perspective, the understandings of the conditions under which heterogeneous practices are enacted are still lacking. To understand that, I focus on the role of power. Contexts that generates institutional multiplicity embraces relations of power as not all actors are able to promote their logics and impose their demands with the same persistence. My key assertation is that the configuration of different outcomes varies depending on the balance of relations of power between actors in the multi-logics field. In order to examine this, I conducted two case studies in the domain of maternity in Brazil and England with the main purpose to comprehend how relations of power shape the adoption of practices in the maternity field in each site. These cases were investigated through predominantly qualitative methodological strategies with the adoption of quantitative techniques complementarily. Data was collected through documental research, online survey and interviews with mothers and health professionals in both sites, following a multistage framework. Analysis of data was firstly conducted separately, adopting descriptive and frequencies analyses and analysis of variance and co-variance for quantitative data and interactive analysis for qualitative data, and then merged for final interactive analysis. In examining these cases, the empirical findings evidence a typology of seven categories of practices variation which showed contrasting effects; disconnection to material distinctions; and fluidity of practices. It also found that variation in practice is contingent on relations of power. Power asymmetries are linked to disruptive practice as an engine of institutional instability that can lead to potential change, through new practices development or the creation of new institutional arrangements, both from an increasing role of agency. On the other hand, power symmetries are linked to reinforcing practices that act as a stabilizer, maintaining the current institutional configuration and demotivating agency to act. It also contributes to practical implications by offering subsidies for a deeper reflection on fostering improved maternity care. Given the relevance of the empirical setting, the findings help to enhance the health care in both countries, but especially in Brazil, where the high incidence of caesarean section is portrayed as a public health problem and women were found with asymmetric relations of power with health professionals.