Use este identificador para citar ou linkar para este item: http://repositorio.uem.br:8080/jspui/handle/1/6070
Autor(es): Santos, Célia Regina dos
Orientador: Pelegrini, Sandra de Cássia Araújo, 1962-
Título: Além da escravidão e da liberdade : a escrita de si por Mahommah G. Baquaqua
Banca: Silva, Wilton Carlos Lima da, 1965-
Banca: Menezes, Sezinando Luiz, 1958-
Banca: Marins, Líliam Cristina
Banca: Paini, Leonor Dias
Palavras-chave: Escravidão - Brasil;Escravos - Brasil;Resistência;Baquaqua, Mahommah Gardo, 1824-;Liberdade
Data do documento: 2020
Editor: Universidade Estadual de Maringá
Citação: SANTOS, Célia Regina dos. Além da escravidão e da liberdade: a escrita de si por Mahommah G. Baquaqua. 2020. 156 f. Tese (Doutorado em História) - Universidade Estadual de Maringá, 2020, Maringá, PR.
Abstract: Uma das formas de percebermos as diferentes conjunturas históricas e culturais de um povo é por meio da análise de narrativas produzidas a partir de experiências pessoais e/ou coletivas. Dentre tais produções podemos citar a modalidade (auto)biográfica, a qual também chamamos de escrita de si, observada em gêneros documentais alternativos como diários, cartas, e testemunhos. Além de apresentarem representações diferentes e múltiplas do passado, nelas, a voz do narrador pode ser documentada a partir daquilo que se guardou na memória, podendo também ser descoberta como forma de resistência, respeitando as questões de rigor e cautela advertidas por Pierre Bourdieu (2002), Aijaz Ahmad (1996), entre outros. Dessa forma, o principal objetivo desta tese volta-se para a análise dos textos produzidos sobre a escravidão no Brasil do século XIX, em diálogo com a Biografia de Mahommah Gardo Baquaqua: um nativo de Zoogoo, no interior da África (2017), e como a obra se configura em uma forma de resistência aos princípios escravistas. Primeiramente publicada em inglês nos Estados Unidos, em 1854, vários anos após sua captura na África e escravização no Brasil, foi lá onde Baquaqua encontrou a liberdade e a possibilidade de narrar a sua trajetória. Propomos a análise de seu texto pelo viés das teorias biográficas e da sensibilidade do olhar do narrador, a qual possibilitará entender a expressão de sua subjetividade e o desenvolvimento de sua identidade de resistência. Sendo o Brasil um país multicultural, deveríamos poder esperar uma gama rica de relatos dessas vidas dos séculos passados. No entanto, a realidade mostra o oposto. O silêncio dos escravizados e libertos na historiografia brasileira fragiliza a compreensão da realidade da escravidão bem como da subjetividade dos escravizados. Em outras palavras, debilita a memória nacional sobre um período histórico tão sofrido e caro a todos nós. Por isso a importância de observarmos como o corpus selecionado nesta pesquisa se desenvolve e se configura como forma de questionamento aos discursos que silenciaram a história da jornada dos milhões de africanos feitos escravos no continente americano.
One of the ways of perceiving the different historical and cultural situation of a people is through the analysis of narratives produced from personal and/or collective experiences. Among such production, we can mention the (auto)biographical modality, also known as "writing of the self" and which can be found in alternative documentary genres such as diaries, letters, and testimonials. In addition to presenting different and multiple representations of the past, through them, the narrator's voice can be documented and based on what was kept in the memory, or regarded as a form of resistance, respecting the issue of scientific rigor as warned by Pierre Bourdieu (2002), Aijaz Ahmad (1996), among others. Thus, the main objective of this thesis is to analyze the texts produced about the experience of slavery in the XIX century, in Brazil, vis-à-vis the Biography of Mahommah Gardo Baquaqua: a native of Zoogoo, in the interior of Africa (2017). This narrative was first published in the United States in 1854, several years after Baquaqua's abduction in Africa and enslavement in Brazil. From here, he set sail to the United States where he found freedom and the possibility to narrate his trajectory. We propose the analysis of his text through the perspective of biographical theories and the sensitivity of the narrator's experiences, which will enable us to understand the expression of his subjectivity and the development of his resistant identity. As Brazil is a multicultural country, we should be able to expect a rich range of accounts of these lives from past centuries. However, reality proves the opposite. The silence of enslaved and freed slaves in Brazilian historiography weakens the comprehension of the reality of slavery as well as the subjectivity of the enslaved. In other words, it limits the national memory of a historical period that is so painful and important to all of us. That is the importance of observing how the corpus selected in this research develops and can be configured as a way of dismantling the discourses that silenced the history of the journey of millions of Africans made slaves.
Descrição: Orientadora: Prof.ª Dr.ª Sandra de Cássia Araújo Pelegrini
Tese (Doutorado em História) - Universidade Estadual de Maringá, 2020
URI: http://repositorio.uem.br:8080/jspui/handle/1/6070
Aparece nas coleções:3.6 Tese - Ciências Humanas, Letras e Artes (CCH)

Arquivos associados a este item:
Arquivo TamanhoFormato 
Celia Regina dos Santos_2020.pdf2,26 MBAdobe PDFVisualizar/Abrir


Os itens no repositório estão protegidos por copyright, com todos os direitos reservados, salvo quando é indicado o contrário.