Eficácia anestésica da solução de articaína 4% com epinefrina 1:100.000 pela técnica infiltrativa vestibular no tratamento de urgência de molares inferiores com pulpite irreversível sintomática – ensaio clinico randomizado

Abstract

O processo inflamatorio em casos de pulpite irreversivel sintomatica (PIS), aumenta significativamente a dificuldade em se alcancar uma anestesia profunda em molares inferiores. O objetivo do presente estudo foi avaliar clinicamente a eficácia anestesica da solucao de articaina 4% pela tecnica infiltrativa vestibular (IV) após bloqueio do nervo alveolar inferior (BNAI) com mepivacaina 2%, ambos com epinefrina 1:100.000, no tratamento de urgencia de molares inferiores diagnosticados com PIS. MÉTODOS: Trata-se de um estudo prospectivo, com delineamento experimental do tipo ensaio clinico randomizado paralelo controlado cego, envolvendo 30 pacientes diagnosticados com PIS. Alocou-se aleatoriamente os pacientes em dois grupos de mesma quantidade, sendo que o grupo controle (G1) recebeu o BNAI com 1,8 mL de mepivacaina 2% com epinefrina 1:100.000 e ao grupo experimental (G2) acrescentou-se a IV com 1,8 mL de articaina 4% com epinefrina 1:100.000. Para avaliar a eficacia anestesica utilizou-se o teste de sensibilidade eletrico (TSE) e analise da dormencia labial. O TSE foi aplicado 5 minutos apos a anestesia, e repetido uma segunda vez caso fosse obtido uma resposta positiva no primeiro momento. Alem disso, uma escala analogica visual (EAV) foi utilizada para verificar a presenca de dor antes do inicio do procedimento, apos a anestesia e durante o tratamento. Realizou-se uma analise descritiva dos resultados obtidos, alem do uso da analise de variancia de dois fatores com medidas repetidas (Two-way ANOVA) para avaliacao da dor e o teste exato de Fisher para a variavel categorica nominal sucesso, a um nivel de significancia igual a 5%. RESULTADOS: O teste Two-way ANOVA indicou que os dois tratamentos propiciaram o alivio significativo da percepcao da dor apos as tecnicas anestésicas (p<0,001), mas sem diferenca entre os mesmos (p=0,479). A eficacia anestésica final foi de 26,6% para os pacientes anestesiados com o BNAI (G1) e de 40% para os que receberam o BNAI e IV (G2), nao havendo diferenca estatisticamente significativa entre os dois grupos (p=0,699). CONCLUSÕES: A complementacao IV com articaina 4% apos o BNAI com mepivacaina 2%, ambos com epinefrina 1:100.000, nao aumentou significativamente o sucesso anestesico em pacientes com PIS

The inflammatory process in cases of symptomatic irreversible pulpitis (SIP), significantly increases the difficulty in achieving deep anesthesia in lower molars. The aim of the present study was to evaluate clinically the anesthetic efficacy of the 4% articaine solution by the vestibular infiltrative technique (VI) after inferior alveolar nerve block (IANB) with mepivacaine 2%, both with epinephrine 1:100.000, in the urgency treatment of lower molars diagnosed with SIP. METHODS: This was a prospective, blinded, randomized, parallel, controlled study, involving 30 patients diagnosed with SIP. Patients were randomly assigned into two groups of the same amount, and the control group (G1) received the IANB with 1.8 mL of mepivacaine 2% with epinephrine 1:100.000 and to the experimental group (G2) was added the VI with 1.8 mL of 4% articaine with 1:100.000 epinephrine. To evaluate the anesthetic efficacy, the electric pulp tester (EPT) and lip numbness assessment were used. EPT was applied within 5 minutes after anesthesia, and repeated a second time if a positive response was obtained at the first moment. In addition, a visual analogue scale (VAS) was used to check the presence of pain before the beginning of the procedure, after anesthesia and during treatment. A descriptive analysis of the results obtained was performed together with a two-way analysis of variance with repeated measures (Two-way ANOVA) for pain assessment and Fisher's exact test for the nominal categorical variable sucess, at a significance level of 5%. RESULTS: The Two-way ANOVA indicated that the two treatments groups provided significant relief of pain perception after anesthetic techniques (p<0,001), with no differences between them (p=0,479). The final anesthetic efficacy was 26.6% for patients anesthetized with IANB (G1) and 40% for those receiving IANB and VI (G2). There was no statistically significant difference between the two groups (p=0.699). CONCLUSIONS: VI complementation with 4% articaine after IANB with 2% mepivacaine, both with 1: 100,000 epinephrine, did not significantly increase anesthetic success in patients with SIP