Avaliação da dor pós-obturação na residência em endodontia e a relação com o tempo de encaminhamento e outros fatores de risco

Abstract

Objetivo: Avaliar a incidência e a intensidade de dor pós-operatória nos tratamentos endodônticos atendidos no Programa de Residência em Endodontia, da Universidade Estadual de Maringá, após 24h, 48h e 72h após a obturação. Ainda buscou-se avaliar a influência entre a presença de dor pré-operatória e fatores inerentes ao paciente e tratamento. Material e métodos: 99 pacientes participaram desse estudo e foram submetidos ao tratamento endodôntico não cirúrgico. Inicialmente, palpação, percussão vertical e horizontal foram realizados no dente a ser tratado. Caso houvesse alguma dor, esta deveria ser classificada em uma Escala de Classificação Numérica (ECN) para dor. Após a obturação dos canais radiculares, os pacientes receberam a ECN impressa e foram orientados a registrar o nível de dor nos períodos pós-operatórios de 24h, 48h e 72h, coletados em cada momento pelo pesquisador através de contato telefônico. Realizou-se uma análise descritiva dos dados, e um modelo de equações de estimativas generalizadas (GEE) para verificar a relação entre idade, sexo, medo de dentista, grupo e arco dental, diagnóstico pulpar e periapical, lima utilizada, concentração do agente irrigador, realização de patência, número de sessões, uso de medicação intracanal, cimento, técnica de obturação, material restaurador, nível de experiência do operador e tempo de encaminhamento e dor pós-operatória, a um nível de significância de 5%. Resultados: Em todos os tempos as taxas de dor encontradas foram baixas, de apenas 16%, 11% e 7%, nos períodos de 24h, 48h e 72h, respectivamente, reduzindo de forma significativa após 72h. Apenas um caso de flare-up foi registrado. As variáveis dor à palpação, uso de lima reciprocante e a utilização de hipoclorito de sódio à 2,5%, tiveram resultados significativos (p<0,05), aumentando as chances do surgimento da dor pós-operatória em 3,36, 0,4 e 0,2 vezes, respectivamente. O tempo médio de encaminhamento foi de 6,28 meses, evidenciando um longo período entre o atendimento de urgência inicial até o atendimento especializado, entretanto, não foi estatisticamente significativo sobre a dor pós-operatória. Conclusão: Conclui-se que a incidência e a intensidade de dor pós-operatória monitorada no programa de residência reduziu de forma significativa após 72 horas, e foi associada à dor à palpação, uso de lima reciprocantes e irrigação com hipoclorito à 2,5%

Objective: To evaluate incidence and intensity of postoperative pain in patients treated in the Residency Program in Endodontics at the State University of Maringá. Patient's pain was monitored after 24, 48, and 72 hours after root canal filling. The influence of factors inherent to the patient and treatment on preoperative pain was also the focus of our study. Material and methods: 99 patients participated in this study and underwent non-surgical endodontic treatment. Initially, palpation, vertical and horizontal percussion were performed on the tooth to be treated. Presence of pain was classified on a Numerical Rating Scale (NRS). After the root canals filling, patients received the printed NRS and were instructed to record the level of pain in the postoperative periods of 24, 48 and 72 hours. For each postoperative period, a researcher contacted the patient and recorded the values. A descriptive analysis of the data and a model of generalized estimation equations (GEE) were performed to verify the relationship between age, sex, fear of the dentist, group and dental arch, pulp and periapical diagnosis, system file, concentration of the irrigating agent, patency, number of sessions, use of intracanal medication, cement, filling technique, restorative material, level of experience of the operator and time of referral and postoperative pain, at a significance level of 5%. Results: During the follow-up period, the pain rates found were low represented by 16%, 11% and 7% in the periods of 24, 48, and 72h, respectively. In addition, the rates significantly decreased after 72h. Only one case of flare-up was recorded. Presence of pain on palpation, use of reciprocating file and use of 2.5% sodium hypochlorite influenced the results (p<0.05), increasing the changes of post-operative pain by 3.36, 0.4 and 0.2 times, respectively. The average referral time was 6.28 months, which did not influence the results. Conclusion: Incidence and intensity of postoperative pain monitored in the residency program reduced significantly after 72 hours. Postoperative pain was associated with pain on palpation, use of reciprocating files and irrigation with 2.5% hypochlorite