Impacto das medidas preventivas e curativas após a reabilitação bucal de crianças com cárie na primeira infância

Abstract

Este estudo longitudinal prospectivo avaliou o impacto do tratamento da cárie na primeira infância sobre a saúde bucal das crianças. A amostra de conveniência foi composta por 50 pacientes de 6 a 71 meses de idade que concluíram o tratamento odontológico, em uma Instituição Pública de Ensino (2014-2020). Os dados sociodemográficos, hábitos de higiene bucal e alimentares foram coletados ao início do tratamento por meio de questionários e os índices IHO-s, ceo-d, CPO-D, ceo-s e ICCMS registrados nos exames inicial, 3 e 6 meses pós-tratamento. Na associação entre as variáveis, utilizou-se o teste Qui-Quadrado e comparou-se o risco relativo (IC - 95%). A idade média das crianças foi 3,88 anos, maior prevalência de cárie aos 5 anos (38%), o açúcar introduzido antes do primeiro ano de vida (50%), mamam para dormir (62%), dieta de alta cariogenicidade (82%), não utilizava o fio dental (72%) e o IHO-s foi de 2,14. O ceo-d inicial, 3 e 6 meses foram, respectivamente (6,60 ±5,11; 7,0, ±5,25; 8,12, ±5,35). Os incisivos e primeiros molares foram os dentes mais afetados. As lesões severas (ICCMS) diminuíram de 640 iniciais para 60 na reavaliação de 6 meses. A taxa de pacientes sem recidiva de cárie foi de 74% aos 3 meses e 68% após 6 meses do tratamento. Houve forte associação entre 5 ou mais dentes cariados e escolaridade materna (p=0,02; RR=7,2), renda familiar (p=0,05; RR=6,94), 2 ou mais filhos (p=0,03; RR=3,61), uso do fio dental (p=0,02) e açúcar antes do primeiro ano de vida (p=0,023; RR=3,85). Com base na metodologia utilizada, conclui-se que o tratamento da cárie precoce na infância melhorou a saúde bucal das crianças assistidas pelo Programa

This prospective longitudinal study evaluated the impact of early childhood caries treatment on children's oral health. The convenience sample consisted of 50 patients from 6 to 71 months of age who completed dental treatment at a public educational institution (2014-2020). Sociodemographic data, oral hygiene and dietary habits were collected at the beginning of treatment using questionnaires and the IHO-s, ceo-d, CPO-D, ceo-s and ICCMS indices recorded in the initial exams, 3 and 6 months after -treatment. In the association between the variables, the Chi-Square test was used and the relative risk was compared (CI - 95%). The average age of children was 3.88 years, the highest prevalence of caries at 5 years (38%), sugar introduced before the first year of life (50%), breastfeeding to sleep (62%), high cariogenicity diet ( 82%), did not use dental floss (72%) and IHO-s was 2.14. The initial ceo-d, 3 and 6 months were, respectively (6.60 ± 5.11; 7.0, ± 5.25; 8.12, ± 5.35). The incisors and first molars were the teeth most affected. Severe injuries (ICCMS) decreased from 640 initials to 60 in the 6-month reassessment. The rate of patients without caries recurrence was 74% at 3 months and 68% after 6 months of treatment. There was a strong association between 5 or more decayed teeth and maternal education (p = 0.02; RR = 7.2), family income (p = 0.05; RR = 6.94), 2 or more children (p = 0,03; RR = 3.61), flossing (p = 0.02) and sugar before the first year of life (p = 0.023; RR = 3.85). Based on the methodology used, it is concluded that the treatment of early caries in childhood has improved the oral health of children assisted by the Program