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Autor(es): Fernandes, Alessandra Vieira
Orientador: Pimentel, Giuliano Gomes de Assis
Título: Transpondo muros socioculturais : relações de gênero e empoderamento de mulheres no Parkour
Banca: Goellner, Silvana Vilodre
Banca: Lara, Larissa Michelle, 1973-
Palavras-chave: Mulheres - Atividade física;Mulheres - Gênero;Mulheres - Empoderamento
Data do documento: 2018
Editor: Universidade Estadual de Maringá
Citação: FERNANDES, Alessandra Vieira. Transpondo muros socioculturais: relações de gênero e empoderamento de mulheres no Parkour. 2018. xvii, 254 f. Dissertação (mestrado em Educação Física)--Universidade Estadual de Maringá, Centro de Ciências da Saúde, Departamento de Educação Física, Universidade Estadual de Londrina, 2018, Maringá, PR. Disponível em: http://repositorio.uem.br:8080/jspui/handle/1/7201. Acesso em: 25 nov. 2023.
Abstract: RESUMO: Parkour é uma modalidade de aventura comumente praticada em meio urbano e compreende movimentações e percursos para deslocamento e transposição de obstáculos. Essa prática apresenta o predomínio de homens e a ênfase do capital simbólico associado a masculinidade. Tais características possivelmente justificam a ínfima participação das mulheres nessa modalidade, o que nos permitiu atentar para a organização e construção de espaços "de" e "para" mulheres no parkour (grupos de treinos direcionados e eventos para a mulher no parkour). Esse cenário pode atrelar-se às relações de gênero vivenciadas nos grupos e, assim, representaram potenciais para o empoderamento das mulheres nessa prática. Para perscrutar esse contexto, analisamos as relações de gênero e as estratégias de empoderamento utilizadas pelas mulheres no parkour. Destarte, verificamos a inserção/trajetória dos/as praticantes na modalidade; as representações da participação da mulher; os fatores de motivação e desmotivação a essa participação; e, as percepções e o contexto de desenvolvimento dos treinos direcionados. A coleta foi efetivada nos espaços de treinos de três grupos da modalidade a partir de entrevista e observação participante. Os dados foram tratados pela Análise de Conteúdo e software IRaMuTeQ. As evidências empíricas revelaram que o parkour efetiva uma releitura do investimento viril nas atividades de aventura. A dominação "dos" e "nos" espaços de treinos pelos homens e o conjunto de elementos comportamentais e sociais atribuídos a eles, contribuíram para a representação do parkour como uma "prática masculina" que afetou, sobretudo, a visibilidade das mulheres praticantes e a adesão delas. A pouca exploração do espaço pelas meninas e as diferenças de tempo de treino/experiência atestaram o "espaço" e o "tempo" como categorias generificadas, as quais reforçaram as desigualdades de gênero. A participação das mulheres no parkour foi associada a concepções estereotipadas e a inferioridade técnica que, por sua vez, produziram atitudes de exclusão e discriminação. Logo, denotamos a posição do homem como referente "do" e "para" o desempenho e o saber no parkour. Em contrapartida, essa participação (da mulher) representou uma transgressão às perspectivas dominantes de gênero e uma ameaça a legitimidade dos homens nesse campo, uma vez que essa prática, diante de seu caráter (parcialmente) antidisciplinar, viabiliza o exercício da "liberdade" e, assim, oportuniza a "resistência" delas. Portanto, além da dominação dos homens, constatamos o par dialético das relações de poder a partir dos movimentos de enfrentamento produzidos pelas praticantes, os quais corresponderam aos grupos de treinos direcionados. Tais grupos configuraram-se como estratégias de resistência, visibilidade e empoderamento delas. Ademais, eles desencadearam outras relações de força entre os/as praticantes por modificarem um estado de dominação. Diante disso, percebemos o parkour como uma prática/cuidado de si, pois diante das relações de gênero, as praticantes transformam a si, as normas e criam novos espaços, produzindo formas particulares de pensar a "mulher" e o "corpo". Assim, a modalidade investigada mostrou-se expressiva para transformar concepções hegemônicas de gênero e redefinir um espaço propício ao empoderamento das mulheres e à equidade de gênero das práticas sociais
ABSTRACT:Parkour is an adventure activitie commonly practiced in urban enviroments and comprises movements and routes for displacement and transposition of obstacles. This practice presents the predominance of men and the emphasis of symbolic capital associated with masculinity. These characteristics possibly justify the small participation of women in this practice, which allowed us to attend to the organization and construction of spaces "from" and "to" women in parkour (groups of targeted training and events for women in parkour). This scenario can be linked to the gender relations experienced in the groups and, thus, represented potential for the empowerment of women in this practice. To examine this context, we analyze the gender relations and the empowerment strategies used by women in parkour. Thus, we verify the insertion / trajectory of the practitioners in the modality; representations of women's participation; the factors of motivation and demotivation to this participation; and the perceptions and development context of the targeted training. The collection was carried out in the training spaces of three groups of the modality based on interview and participant observation. The data were treated by Content Analysis and IRaMuTeQ software. Empirical evidence has revealed that parkour effectively re-read the virile investment in adventure activities. The domination of "the" and "in" training spaces by men and the set of behavioral and social elements attributed to them contributed to the representation of parkour as a "male practice" that affected, above all, the visibility of women practitioners and their adherence. Little exploitation of space by girls and differences in training / experience time attest to "space" and "time" as generalized categories, which have reinforced gender inequalities. The participation of women in parkour was associated with stereotyped conceptions and technical inferiority, which in turn produced attitudes of exclusion and discrimination. Therefore, we denote the position of man as a reference "of" and "for" performance and knowledge in parkour. On the other hand, this participation (of the woman) represented a transgression of the dominant gender perspectives and a threat to the legitimacy of men in this field, since this practice, in view of its (partially) antidisciplinary character, enables the exercise of "freedom" and, thus, it facilitates their "resistance". Therefore, in addition to the domination of men, we observe the dialectical pairing of power relations from the coping movements produced by the practitioners, which correspond to the targeted training groups. These groups were configured as strategies of resistance, visibility and empowerment. In addition, they triggered other relationships of strength among practitioners for modifying a state of domination. Faced with this, we perceive parkour as a practic/self-care because, faced with gender relations, practitioners transform themselves, norms and create new spaces, producing particular ways of thinking "woman" and "body". Thus, the modality investigated is expressive to transform hegemonic conceptions of gender and to redefine a space conducive to the empowerment of women and to the gender equity of social practices
Descrição: Orientador: Prof. Dr. Giuliano Gomes de Assis Pimentel
Dissertação (mestrado em Educação Física)--Universidade Estadual de Maringá, Centro de Ciências da Saúde, Departamento de Educação Física, Universidade Estadual de Londrina, 2018
URI: http://repositorio.uem.br:8080/jspui/handle/1/7201
Aparece nas coleções:2.3 Dissertação - Ciências da Saúde (CCS)

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