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Autor(es): Silva, Natália Maria Maciel Guerra
Orientador: Sant'Ana, Débora de Mello Gonçales, 1973-
Título: Avaliação do risco de doenças cardiovasculares em homens, Sul do Brasil
Banca: Pereira, Leonardo Régis Leira
Banca: Andrade, Luciano de
Banca: Teixeira, Jorge Juarez Vieira
Banca: Moreira, Ricardo Castanho
Palavras-chave: Homens - Saúde pública;Doenças cardiovasculares - Homens;Adaptação biológica;Cronobiologia;Diabetes mellitus;Homens - Doenças cardiovasculares - Fatores de risco
Data do documento: 2017
Editor: Universidade Estadual de Maringá
Citação: SILVA, Natália Maria Maciel Guerra. Avaliação do risco de doenças cardiovasculares em homens, Sul do Brasil. 2017. 106 f. Tese (doutorado em Biociências e Fisiopatologia) - Universidade Estadual de Maringá, 2017, Maringá, PR.
Abstract: RESUMO: Introdução: As diferenças de gênero na mortalidade e na expectativa de vida tem sido foco de alguns estudos que indicam que os homens morrem mais do que as mulheres, tanto no Brasil como no mundo. Apesar disso, existem poucos estudos que se dedicam a compreender especificamente a saúde do homem, especialmente de adultos, o que reforça a relevância do tema proposto na presente tese. Estudos e registros de órgãos oficiais de saúde demonstram que as doenças cardiovasculares (DCV) estão entre as principais causas de morte desta população, no mundo, no Brasil e também no município de Bandeirantes, objeto deste estudo. Isso demonstra que é necessário avaliar as características individuais e buscar identificar o risco de desenvolvimento de DCV. Uma das formas desta avaliação é a utilização de escalas de risco cardíaco, dentre as quais se destacam as escalas de Framingham e ASCVD Risk (Risk Atherosclerotic Cardiovascular Disease), utilizadas para avaliar o risco de doenças coronarianas para os próximos 10 anos. A falta de adaptação cronobiológica de um indivíduo às suas atividades diárias, especialmente laborais também pode causar doenças, principalmente aquelas que aumentam os riscos cardiovasculares. Os objetivos desta tese foram verificar a falta de adaptação cronobiológica no desenvolvimento de DCV e estimar a frequência do risco do desenvolvimento para DCV, comparando as escalas de risco de Framingham e ASCVD Risk. Métodos: Este foi um estudo epidemiológico analítico transversal, realizado com homens maiores de 18 anos de idade, residentes em um município no sul do Brasil. Os critérios de inclusão foram: sexo masculino, ter mais que 18 anos e aceitar participar da pesquisa, assinando o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), após aprovação do Comitê de Ética, responder corretamente o questionário e coletar sague. Para o cálculo amostral para a análise de risco cardíaco foi utilizada a fórmula de estimativa de prevalência populacional utilizando o software GRANMO. Foram entrevistados 640 trabalhadores do sexo masculino entre março de 2014 e junho de 2015. Os homens foram selecionados nas empresas de médio e grande porte dos ramos de atividade industrial, agrícola e de serviço. Além disso também foram selecionados homens durante campanhas realizadas na cidade, como o novembro azul para prevenção de câncer de próstata. Os dados foram coletados por meio de um questionário semi-estruturado (dados socioeconômicos, demográficos, história clínica e questionário de cronotipo) e medidas biofisiológicas (exame clínico, dados antropométricos, glicemia capilar e coleta de sangue para análise do colesterol total e frações, HDL, LDL, triglicerídeos e cortisol). Esse questionário foi validado durante a realização de teste piloto junto aos homens que participaram em campanha de saúde. Foi realizado teste Chi-quadrado, regressão logística e Kappa para as análises estatísticas, com nível de significância de 5%. Resultados: Participaram do estudo 637 homens (3 não completaram os critérios de inclusão), a idade média foi de 39 anos, idade mínima 18 anos e máxima 76 anos. Quando foram questionados sobre a história clínica, 111 homens (17,43%) relataram ter hipertensão arterial isolada ou associada a outras doenças e destes, 43 (38,73%) afirmaram realizar algum tipo de tratamento. Após a aferição da PA, verificou-se que 252 indivíduos (39,56%) apresentaram pressão arterial elevada (?140/90 mmHg). Destes, 218 homens (86,51%) apresentam a pressão arterial diastólica elevada e 156 (61,91%) a sistólica. A alteração da glicemia (?126mg/dL) foi verificada em 53 (8,32%) homens, sendo que 39 (73,58%) não possuíam diagnóstico prévio. Dos 57 (8,95%) pacientes com diagnóstico prévio para diabetes 14 (24,56%) estavam com a glicemia não controlada. Quando analisados os dados de colesterol, verificou-se que 220 (34,54%) homens estavam com o colesterol total elevado, 127 (19,94%) tinham LDL elevado, 298 (46,78%) apresentavam o HDL baixo, 232 (36,42%) possuíam triglicerídeos elevados. Apenas 26 (4,08%) homens possuíam diagnóstico prévio de hipercolesterolemia. A presença de Síndrome Metabólica foi constatada em 159 (24,96%) homens com associação estatística (p<0,001) para presença da síndrome com as escalas de risco cardíaco. Houve um percentual considerável (18,05%) de homens com risco cardíaco alto ou intermediário pela escala de Framingham, e 7,05% pelo ASCVD Risk, e destes 50,43% não relataram ter o diagnóstico prévio para nenhum fator de risco. As variáveis preditoras ou independentes que foram determinantes para o desenvolvimento do risco de doenças cardíacas foram idade, pressão arterial, tabagismo, obesidade central, raça e escolaridade. Ao analisar a preferência dos homens com hábitos diurnos ou noturnos, verificou-se que a distribuição dos indivíduos de acordo com os cronotipos foi: 41 (6,42%) eram matutinos extremos (ME), 233 (36,46%) moderadamente matutino (MM), 348 (54,46%) indiferentes (I), 15 (2,35%) moderadamente vespertino (MV) e 2 (0,31%) vespertinos extremos (VE). A avaliação do cronotipo mostrou que dois homens vespertinos trabalhavam em turno matutino, e 25 trabalhadores matutinos trabalhavam em turno noturno. Os menores valores de cortisol foram encontrados nos matutinos (DM=12,975 e MM=15,775) e dos vespertinos (DV=9,9) não estavam adaptados ao seu turno de trabalho, e nos MV (9,750) trabalhavam em turno noturno. Conclusões: Quando comparadas as duas escalas, foi possível verificar que as duas abrangem os fatores de risco significativos, porém, a ASCVD Risk possui mais restrições devido aos valores de corte para as suas variáveis. Assim ela exclui uma parcela considerável da amostra, o que não ocorre na escala de Framingham, na qual foi possível calcular o risco de desenvolvimento de DCVs para todos os homens. Portanto a escala de Framingham possui melhores resultados para avaliar o risco cardíaco de homens acima de 18 anos, sendo mais indicada em estudos populacionais. Uma limitação desse estudo é ter sido realizado com uma população economicamente ativa, sugerindo cautela na extrapolação dos dados para populações diferentes. Verificou-se que os trabalhos em turnos podem acarretar alterações no quadro de saúde/doença dos indivíduos, principalmente se estes não estiverem adaptados ao seu cronotipo. E o turno rotativo é o que possui maior frequência de alterações, mesmo com número reduzido de indivíduos. Com a análise do Odds Ratio Ajustado foi possível avaliar que as variáveis com maior risco de alterações nos parâmetros clínicos (pressão arterial) e laboratoriais (glicemia, hipercolesterolemia e circunferência abdominal) nos homens não adaptados ao turno de trabalho de acordo com o seu cronotipo. Pois existe o cruzamento das variáveis desfecho com as preditoras (idade, ramo de atividade, estado civil, escolaridade, atividade física, consumo de bebida alcóolica e tabagismo) que podem influenciar separadamente no desenvolvimento destas alterações. O homem não adaptado ao seu cronotipo tem risco de 2,1 vezes maior do que os homens adaptados para o desenvolvimento do Diabetes mellitus. Portanto sugere-se que os homens não adaptados sejam realocados em turnos compatíveis com o seu cronotipo, para diminuir as chances destas alterações
ABSTRACT: Introduction: Gender differences in mortality and life expectancy have been the focus of some studies, indicating that men die earlier than women in Brazil and in the world. Despite this, a few studies have been specifically dedicated to understanding men’s health, especially adults, which reinforces the relevance of the proposed theme in this thesis. Studies and records from official health agencies show that cardiovascular diseases (CVD) are among the main causes of death in this population, in the world, in Brazil, and also in the municipality of Bandeirantes, the object of this study. This demonstrates that it is necessary to evaluate individual characteristics and seek to identify the risk of developing CVD. One of the ways to do this evaluation is by using cardiac risk scales, among which the Framingham’s scale/Risk Score and the ASCVD Risk (Risk for Atherosclerotic Cardiovascular Disease) can be highlighted. These are used to assess the risk of coronary heart disease over the next 10 years. A lack of chronobiological adaptation of an individual to their daily activities, especially those related to work can also cause illnesses, particularly those that increase cardiovascular risks. Thus, the objectives of this thesis were to verify the lack of chronobiological adaptation toward the development of CVD and to estimate the risk frequency for the development of CVD by comparing the Framingham’s Risk Score and the ASCVD Risk scales. Methods: This was a cross-sectional epidemiological study carried out with men older than 18 years of age, residing in a municipality in the south of Brazil. Inclusion criteria were: males over 18 years of age who accepted to participate in the research by signing the Free and Informed Consent Form (TCLE) after approval by the Ethics Committee, correctly answered the questionnaire and had their blood sample collected. For the cardiac risk analysis sample calculation, the formula for estimating population prevalence was applied using GRANMO software. A total of 640 male workers were interviewed between March 2014 and June 2015. Men were selected in medium and large companies in the industrial, agricultural and service sectors. In addition, men were also selected during campaigns held in the city such as during ‘blue November’ for prostate cancer prevention. Data were collected from a semi-structured questionnaire (socioeconomic, demographic data, clinical history and chronotype questionnaire) and biophysiological measures (clinical examination, anthropometric data, capillary glycemia and blood sample collection for analysis of total cholesterol and fractions, HDL, LDL, triglycerides and cortisol). This questionnaire was validated during the pilot test with the men who participated in a health campaign. Chi- square, logistic regression and Kappa tests were performed for the statistical analyzes, with a significance level of 5%. Results: 637 men participated in the study (3 did not meet the inclusion criteria) with mean age of 39 years; minimum age was 18 years and maximum age was 76 years. When asked about their clinical history, 111 men (17.43%) reported having isolated arterial hypertension or being associated with other diseases; of these, 43 (38.73%) reported following some type of treatment. After BP measurement, it was found that 252 subjects (39.56%) had high blood pressure (?140/90 mmHg). Of these, 218 men (86.51%) had elevated diastolic blood pressure and 156 (61.91%) elevated systolic blood pressure. Changes in glycemia (?126mg/dL) were found in 53 (8.32%) men, where 39 (73.58%) had no previous diagnosis. Of the 57 (8.95%) patients with previous diagnosis for diabetes, 14 (24.56%) presented uncontrolled glycemia. In analyzing cholesterol data, it was found that 220 (34.54%) men had high total cholesterol, 127 (19.94%) had elevated LDL, 298 (46.78%) had low HDL, 232 (36.42%) had elevated triglycerides. Only 26 (4.08%) men had a previous diagnosis of hypercholesterolemia. Metabolic Syndrome was found in 159 (24.96%) men with statistical association (p<0.001) for presence of the syndrome with the cardiac risk scales. A considerable percentage (18.05%) of men with high or intermediate heart risk was found using the Framingham scale, and 7.05% using the ASCVD Risk scale; of these 50.43% did not report having a previous diagnosis for any risk factor. Predictive or independent variables that were determinant for development of heart disease risk were: age, blood pressure, smoking, central obesity, race, and education level. In analyzing the preference of men for diurnal or nocturnal habits, it was found that the distribution of the individuals according to the chronotype was: 41 (6.42%) were extremely diurnal (ED), 233 (36.46%) moderately diurnal (MD), 348 (54.46%) indifferent (I), 15 (2.35%) moderately nocturnal (MN), and 2 (0.31%) extremely nocturnal (EN). Chronotype evaluation showed that two nocturnal men worked in a diurnal shift, and 25 diurnal workers worked a night shift. The lowest values of cortisol were found in diurnal (ED=12.975 and MD=15.775) and nocturnal individuals (EN=9.9) who were not adapted to their work shift, and MN (9.750) working night shifts. Conclusions: When comparing the scales, it was possible to verify that both cover the significant risk factors; however, the ASCVD Risk has more restrictions due to the cut-off values for its variables. Thus, it excludes a considerable portion of the sample; this does not occur in the Framingham scale, in which it was possible to calculate the risk for developing CVDs for all men. Therefore, the Framingham Risk Score has better results to evaluate the cardiac risk of men over 18 years, and is more indicated in population studies. One limitation of this study is that it was performed with an economically active population, suggesting caution in extrapolating the data to different populations. We found that shift work can lead to changes in individuals' health/illness, especially if these are not adapted to individual’s chronotype. Rotating shifts are those with the highest frequency of changes, even with a small number of individuals. From the adjusted Odds Ratio analysis, it was possible to evaluate that the variables with higher risk of changes in clinical (blood pressure) and laboratory parameters (blood glucose, hypercholesterolemia and waist circumference) in men who are not adapted to the work shift according to their chronotype. This is due to crossing the outcome variables with the predictors (age, activity, marital status, schooling, physical activity, alcohol consumption and smoking) which can separately influence the development of these changes. Men who are not adapted to their chronotype have a 2.1-fold greater risk than adapted men for developing Diabetes mellitus. It is therefore suggested that non-adapted men be relocated to shifts more compatible with their chronotype in order to reduce the chances of these alterations
Descrição: Orientador: Prof.ª Dr.ª Maria Valdrinez Campana Lonardoni
Tese (doutorado em Biociências e Fisiopatologia) - Universidade Estadual de Maringá, 2017
URI: http://repositorio.uem.br:8080/jspui/handle/1/7863
Aparece nas coleções:2.3 Dissertação - Ciências da Saúde (CCS)

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