Propondo uma agenda de pesquisa : a sociologia econômica da saúde

Abstract

Resumo: O acesso aos cuidados de saúde é essencial para todos, mas muitos enfrentam desafios em obter essa assistência devido aos aspectos que os permeiam como os fatores econômicos e sociais. Enquanto fatores econômicos, como os custos associados aos cuidados de saúde, são amplamente abordados na Economia da Saúde, questões sociais, incluindo desigualdades e políticas de saúde, são frequentemente analisadas pela Sociologia da Saúde. No entanto, muitas vezes, essas discussões ocorrem de forma isolada, negligenciando importantes considerações morais que também influenciam a prestação de cuidados de saúde. Desse modo, considerando lacunas teóricas e empíricas, nosso objetivo principal nesta tese foi analisar como fatores sociais e econômicos influenciam a saúde. A partir de objetivos específicos, elaboramos três artigos científicos. No primeiro trabalho, apresentamos um ensaio teórico em que propomos uma agenda de pesquisa para o campo da Sociologia Econômica da Saúde que consiga abraçar os debates de ambas as perspectivas. Nessa agenda de pesquisa as principais discussões estão relacionadas ao direito à saúde e os seus limites econômicos, ao financiamento da saúde apresentando uma argumentação entre o mercado e Estado, e as desigualdades em saúde e a distribuição de renda. No segundo artigo, compreendemos se a desigualdade social influenciou a saúde mental dos estudantes universitários durante a pandemia da Covid-19. Para isso, foi realizado um levantamento com 970 estudantes universitários das cinco regiões do Brasil (Norte, Nordeste, Sul, Sudeste e Centro-Oeste) durante a segunda onda da pandemia no país (abril e maio de 2021). Este artigo contribuiu para expandir o campo de conhecimento da Sociologia Econômica para a área da saúde, afim de proporcionar uma pesquisa que contribua para a agenda de pesquisa da Sociologia Econômica da Saúde e na elaboração de políticas públicas que auxiliem estudantes universitários mais vulneráveis durante períodos de crise. Por sua vez, no terceiro artigo, buscamos verificar se a desigualdade social influenciou o número de contaminados e óbitos por Covid-19 nas cidades do estado do Paraná. Para isso, utilizamos dados secundários para mensurar a desigualdade social, sendo eles: o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM), o Índice de Gini, o PIB per capita, dados da concessão de auxílio emergencial referentes as cidades pesquisadas do Paraná e por fim, os números de beneficiários de plano de saúde das cidades. Dessa forma, o artigo também contribuiu para expandir o campo de conhecimento da Sociologia Econômica para a área da saúde, afim de proporcionar uma pesquisa que contribua para a nova agenda

Abstract: Access to healthcare is essential for everyone, but many face challenges in obtaining this assistance due to aspects that permeate them, such as economic and social factors. While economic factors, such as the costs associated with healthcare, are widely addressed in Health Economics, social issues, including inequalities and health policies, are often analyzed in Health Sociology. However, these discussions often occur in a isolated, neglecting important moral considerations that also influence the provision of health care. Therefore, considering theoretical and empirical gaps, our main objective in this thesis was to analyze how social and economic factors influence health. Based on specific objectives, we prepared three scientific articles. In the first work, we present a theoretical essay in which we propose a research agenda for the field of Health Economic Sociology that can embrace debates from both perspectives. In this research agenda, the main discussions are related to the right to health and its economic limits, health financing presenting an argument between the market and the State, and health inequalities and income distribution. In the second article, we understand whether social inequality influenced the mental health of university students during the Covid-19 pandemic. To this end, a survey was carried out with 970 university students from the five regions of Brazil (North, Northeast, South, Southeast and Central-West) during the second wave of the pandemic in the country (April and May 2021). This article contributed to expanding the field of knowledge of Economic Sociology to the health area, in order to provide research that contributes to the research agenda of Health Economic Sociology and in the development of public policies that help more vulnerable university students during periods of crisis. In turn, in the third article, we sought to verify whether inequality and social vulnerability influenced the number of people infected and deaths from Covid-19 in cities in the state of Paraná. To do this, we use secondary data to measure inequality and social vulnerability, namely: the Municipal Human Development Index (IDHM), the Gini Index, GDP per capita, data on the granting of emergency aid referring to the cities surveyed in Paraná and finally, the numbers of health plan beneficiaries in the cities. In this way, the article also contributed to expanding the field of knowledge of Economic Sociology to the health area, in order to provide research that contributes to the new agenda