Uma defesa da perspectiva causal-epistêmica na filosofia contemporânea da memória

Abstract

A memória episódica tem sido estudada por filósofos e cientistas, e com as pesquisas desenvolvidas, nota-se com a chamada teoria causal (clássica) da memória o primeiro grande impulso para as investigações contemporâneas, mantendo-se como uma teoria influente. As objeções em relação à visão clássica ampliaram o campo de debate, determinando o desenvolvimento de outras teorias. Por um lado, verifica-se a teoria causal-epistêmica que, ao contrário de reestruturar os fundamentos causais clássicos, acrescenta cláusulas de relevância epistêmica, preservando, desse modo, o potencial explicativo da visão tradicional. Por outro lado, a teoria simulacionista protagoniza o cenário pós-causal na filosofia da memória, buscando reforço em dados de abordagens naturalistas para redefinir o conceito de memória episódica até então aceito. O objetivo dessa pesquisa se encontra na necessidade de distinção categórica entre memória e imaginação, tarefa que se encontra na justificação de uma defesa causal-epistêmica, posição assumida em vista de seu potencial explicativo em meio aos aspectos mais gerais do cotidiano.

Episodic memory has been studied by philosophers and scientists, and with the developed research, the so-called (classical) causal theory of memory was the first major impetus for contemporary investigations, remaining an influential theory. Objections to the classical view broadened the field of debate, determining the development of other theories. On the one hand, there is the causal-epistemic theory that, contrary to restructuring the classical causal foundations, adds clauses of epistemic relevance, thus preserving the explanatory potential of the traditional view. On the other hand, the simulationist theory plays a leading role in the post-causal scenario in the philosophy of memory, seeking reinforcement in data from naturalistic approaches to redefine the concept of episodic memory until then accepted. The objective of this research lies in the need for a categorical distinction between memory and imagination, a task that is found in the justification of a causal-epistemic defense, a position taken in view of its explanatory potential in the midst of more general aspects of everyday life.