Autoeficácia dos professores no ensino da educação física para autistas

Abstract

RESUMO: Ao utilizar a teoria da autoeficácia (AE) como base no estudo, a presente pesquisa tem como objetivo analisar a AE de professores de Educação Física que trabalham com pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Para isso, a pesquisa divide-se em três partes: a) o Estudo 1, refere-se à revisão sistemática acerca da Educação Física (EF) e o TEA; b) o Estudo 2, trata-se do estudo da autoeficácia de professores no ensino da natação para pessoas autistas; c) o Estudo 3, busca compreender a autoeficácia de professores que atuam nas Associações de Amigos do Autista (AMA) da região Sul do Brasil (Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina). No Estudo 1, as buscas para a revisão sistemática foram realizadas em 8 (oito) bases de dados eletrônicas (Lilacs, PsycINFO, PubMed, SportDiscus, Scopus, Scielo, Science Direct e Web of Science), sem limite de data e a partir dos termos: "Autism AND "Physical Education", em português, inglês e espanhol. Ainda, utilizou-se dos operadores booleanos AND, OR e NOT. A partir dos critérios de inclusão e exclusão, foram selecionados 8 (oito) artigos para análise final. Percebe-se que o interesse pelo tema tem apresentado crescimento com o passar dos anos, e que a autoeficácia e as dificuldades e os sucessos no trabalho foram temáticas mais recorrentes. No Estudo 2, foram utilizados como instrumentos uma ficha de identificação e a Escala de Autoeficácia para professores de alunos com autismo. A amostra foi composta por 36 profissionais de EF, de ambos os sexos, com idade média de 33,8 anos, maioria do sexo femino (75%), com ambas formações em EF (bacharelado e licenciatura), que atuam ministrando aulas de natação no Brasil, sendo a maioria na região Sudeste (41,7%). Para análise dos dados inferenciais, inicialmente verificou-se a distribuição dos dados por meio do teste de normalidade de Shapiro Wilk. Para a caracterização dos participantes e para as variáveis psicológicas foi utilizada estatística descritiva.Os dados apresentaram distribuição não paramétrica, adotando dessa forma, mediana e quartis para apresentação dos resultados descritivos. Para as análises de comparação foram utilizadas os testes de U de Mann- Whitney e Kruskal-Wallis. Constatou-se que a maioria dos professores se sentem confiantes em todos os itens analisados. No Estudo 3, foi utilizado a entrevista narrativa (semiestruturada). Para isso, foram selecionados 3 (três) professores de EF, que trabalham nas AMAs da região Sul do Brasil sendo um de cada região (Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina) que possuem graduação completa em EF. Para a análise dos dados utilizou-se a análise de conteúdo de Bardin (2016), tendo como base a Teoria da Autoeficácia de Bandura (1965). Como resultado constatou-se que os três professores apresentam conhecimento sobre o autismo, porém esse conhecimento não foi oferecido na graduação, precisaram de uma formação continuada para obtê-las, com esse conhecimento adquirido se mostraram autoeficazes ao dar aulas para autistas, dizendo se sentirem capazes de lidar com as situações que ocorrem no dia a dia. Em relação aos sentimentos em relação ao trabalho, foi possível verificar a sensação de amor pelo trabalho, enfrentamento frente às dificuldades, no manejo e aprendizagem do aluno, demonstraram desejo em contribuir e ajudar o aluno. Quanto à à Prática Pedagógica observou-se um grande investimento por parte dos professores diante da adaptação do aluno com autismo, principalmente, no que se refere à sua rotina. No que diz respeito ao apoio que as professoras recebem, tanto da escola, quanto da família, verificou-se que em relação à escola (na pessoa da diretora), o apoio ainda está vinculado no que se refere à relação com a equipe multidisciplinar, visto que a direção da AMA é conduzida por pais de alunos com autismo, levando os profissionais a se comunicarem entre eles em relação a casos específicos ou dificuldades encontradas. Os resultados da pesquisa indicaram que foram percebidos altos níveis de autoeficácia tanto no ensino da natação, quanto no ensino da EF adaptada e que isso pode afetar a atuação do professor frente as atitudes pedagógicas e influenciar diretamente no processo de ensino aprendizagem de alunos com TEA

ABSTRACT: By using a theory of self-efficacy (AE) as a basis for the study, the present research aims to analyze the AE of physical education teachers who work with people with Autism Spectrum Disorder (ASD). For this, the research is divided into three parts: Study 1, refers to the systematic about Physical Education (PE) and TEA; Study 2 is the study of teachers' self-efficacy in teaching swimming to autistic people; Study 3 will seek to understand the self-efficacy of teachers who work in the Associations of Friends of the South and Autists (AMA in the Southern region of Brazil). In Study 1, searches for the systematic review were performed in 8 (eight electronic databases (Lilacs, PsycINFO, PubMed, SportDiscus, Scopus, Scielo, Science Direct and Web of Science), with no data limit and based on the terms : "Physical Education", "Teacher", "Educator", "Coach", "Autism", in Portuguese, English and Spanish. Also, the Boolean operators AND, OR and NOT were used. inclusion and exclusion, 9 (nine) articles were selected for the final. It is noticed that interest in the topic has grown over the years, and that self-efficacy and difficulties and successes at work were the most recurrent themes. 2, an identification form and the Self-Efficacy Scale for teachers of students with autism were used as instruments (CANABARRO et al., 2018), a sample consisted of 35 PE professionals, of age and sex, with a mean age of 383 years, the majority were female (75%), with the BAs training in PE (bachelor's and licentiate), who participate in swimming throughout Brazil, the majority in the Southeast region (41.7%). For data analysis, initially to verify the data distribution, the Shapiro Wilk normality test was used. Descriptive statistics were used for the characterization of the paricipants and for the psychological variables, the data presented a non-parametric distribution, thus adopting median and quartiles for the presentation of descriptive results. For comparison analyses, the Mann-Whitney and Kruskal-Wallis U tests were used. It was found that most teachers feel confident in all items analyzed. In Study 3, the narrative interview (unstructured) was used. For this, 3 (three) PE teachers were selected, who work in AMAS in the southern region of Brazil, one from each region (Paraná, Rio Grande do Sul and Santa Catarina) who have a complete degree in PE. Bardin's (2016) content analysis was used for data analysis, based on Bandura's Theory of Self-Efficacy (1994). As a result, it was found that the three teachers have knowledge about autism, but this knowledge was not offered at graduation, they 10 needed continuing education to obtain it, with this acquired knowledge they proved to be self-effective when teaching autistic people, saying they felt able to deal with everyday situations. Regarding feelings about work - it was possible to verify the feeling of love for work, coping with difficulties, in the management and learning of the student, they showed a desire to contribute and help the student. As for the third category - Pedagogical Practice - there is a great investment on the part of the teachers in the adaptation of the student with autism, mainly with regard to the routine. With regard to the support that the teachers receive, both from the school and from the family, it was found that in relation to the school (in the person of the director), support is still linked with regard to the relationship with the multidisciplinary team, since the direction of the AMA is led by parents of students with autism, leading professionals to communicate with each other in relation to specific cases or difficulties encountered. The research results indicated that high levels of self-efficacy were perceived both in the teaching of swimming and in the teaching of adapted PE and that this can affect the teacher's performance in the face of pedagogical attitudes and directly influence the teaching-learning process of students with ASD