Variabilidade da frequência cardíaca e questionário DALDA como instrumentos de ajuste para a prescrição de treinamento de corrida de endurance e seus efeitos sobre a performance de 5 km

Abstract

RESUMO: O objetivo deste estudo foi realizar a comparação entre a utilização da Variabilidade a Frequência Cardíaca (VFC) e o questionário DALDA como instrumentos de ajuste ara a prescrição de treinamento de endurance e verificar seus efeitos sobre a erformance de corredores recreacionais. Participaram do estudo 36 corredores recreacionais divididos de forma randomizada em três grupos experimentais: grupo que teve seu treinamento prescrito de forma tradicional (GT, N =12); grupo que teve seu treinamento guiado pela VFC (GV, N =12) e grupo que teve seu treinamento guiado pelo questionário DALDA (GD, N =12). O protocolo experimental foi dividido em: um período de duas semanas de Baseline (BL), destinado a estabelecer os valores de VFC de repouso, pressão arterial sistólica (PAS) e diastólica (PAD) e valores de tolerância ao estresse; um período de uma semana destinada a avaliações para determinação da velocidade pico em pista de atletismo (Vpico_p) e seu respectivo tempo limite (Tlim) e uma performance de 5 km (T-5 km) realizadas após o BL, assim como ao final do protocolo experimental; e um período de treinamento de cinco semanas. A normalidade dos dados foi verificada pelo teste de Shapiro-Wilk, e os resultados estão apresentados em média ± desvio padrão (DP). As comparações intra e intergrupos para as variáveis desfecho foram analisadas através de uma ANOVA mista de medidas repetidas, com ajuste post hoc de Bonferroni. Após o período de treinamento houve aumento na Vpico_P para GT (13,5 ± 1,0 vs. 14,2 ± 1,0 km·h-1; TE = 0,68); GV (13,5 ± 0,7 vs. 14,4 ± 0,7 km·h-1; TE = 1,24); e GD (13,1 ± 0,8 vs. 14,2 ± 0,7 km·h-1; TE = 1,41); bem como aumentos na VM para GT (GT: 11,7 ± 0,9 vs. 12,4 ± 0,8 km·h-1; TE = 0,79); GV (11,5 ± 0,7 vs. 12,5 ± 0,8 km·h-1; TE = 1,28); e GD (11,3 ± 0,7 vs. 12,8 ± 0,8 km·h-1; TE = 1,93), e diminuições no T-5 km para GT (25,7 ± 1,9 vs. 24,3 ± 1,6 minutos; TE= -0,77); GV (26,1 ± 1,6 vs. 24,1 ± 1,5 minutos; TE= -1,25); e GD (26,5 ± 1,6 vs. 23,5 ± 1,5 minutos; TE= -1,87). GD apresentou melhoras mais expressivas para o T-5 km (-12,8 ± 4,2%; TE = -1,97), e Vpico_P (8,3 ± 2,8%; TE = 1,41) se comparado a GV (-8,2 ± 2,8% e 6,6 ± 1,6 %; TE = -1,20; 1,24), e GT (-6,0 ± 3,3% e 4,9 ± 1,5%; TE = -0,82; 0,68) respectivamente, sem nenhuma modificação para o Tlim. Conclui-se que o treinamento guiado pelo questionário DALDA proporcionou uma melhora mais expressiva na performance de endurance quando comparado aos treinamentos tradicional e guiado pela VFC. Dessa forma, sugerimos a avaliação diária da tolerância ao estresse por meio do questionário DALDA para o monitoramento e ajuste na prescrição das intensidades de treinamento de endurance em corredores recreacionais devido sua aplicabilidade prática, possibilitando assim a otimização do processo de treinamento

ABSTRACT: The objective of this study was to compare Heart rate variability (HRV) guided training and DALDA questionnaire guided training and their effects on endurance performance in recreational runners. Thirty-six male recreational runners participated in this study randomly allocated to three experimental groups: Traditional training periodization (GT), HRV-guided training (GHRV) and DALDA-guided training, each with 12 participants. Experimental protocol was divided in: a 2-weeks baseline (BL), to established BL HRV, blood pressure and DALDA measurements, a 1-week pre and post training evaluation period, to determine participants’ peak running velocity determined running overground on a track field (Vpeak_TF), time limit (Tlim) at 100% of Vpeak_TF, and a 5-km time-trial (5-km TT). Shapiro-Wilk test was used to verify the normality of the data, and the results are presented as mean ± SD or 95% confidence interval (95% CI). Within and between group differences for the outcome variables were compared using mixed repeated measures analysis of variance (ANOVA) with Bonferroni post hoc comparison. After the training period there were an increase in Vpeak_TF for GT (13.5 ± 1,0 vs. 14.2 ± 1.0 km·h-1; TE = 0.68); GHRV (13.5 ± 0.7 vs. 14.4 ± 0.7 km·h-1; TE = 1.24); e GD (13.1 ± 0.8 vs. 14.2 ± 0.7 km·h-1; TE = 1.41); as well as increases in in mean velocity (MV) for GT (GT: 11.7 ± 0.9 vs. 12.4 ± 0.8 km·h-1; ES = 0.79); GV (11.5 ± 0.7 vs. 12.5 ± 0.8 km·h-1; ES = 1.28); e GD (11.3 ± 0.7 vs. 12.8 ± 0.8 km·h-1; ES = 1.93), and decreases in 5-km TT for GT (25.7 ± 1.9 vs. 24.3 ± 1.6 min; ES= -0.77); GHRV (26.1 ± 1.6 vs. 24.1 ± 1.5 min; ES= -1.25); and GD (26.5 ± 1.6 vs. 23.5 ± 1.5 min; ES= -1.87). GD lead to higher improvements in 5km-TT (-12.8 ± 4.2%; ES = -1.97), and Vpeak_TF (8.3 ± 2.8%; ES = 1.41) than GHRV (-8.2 ± 2.8% and 6.6 ± 1.6 %; ES = -1.20; 1.24), and GT (-6.0 ± 3.3% and 4.9 ± 1.5%; ES = -0.82; 0.68) respectively, with no differences for Tlim. It is concluded that DALDA-guided training prescription lead to greater improvements in endurance performance when compared to traditional training periodization and HRV-guided training. Thus, we suggest daily training tolerance monitoring through DALDA questionnaire for endurance adjustments in training intensity prescription in recreational runners due it practically, which may increase training optimization