Análise das intervenções farmacêuticas realizadas em pacientes com diabetes mellitus tipo 2 atendidos na atenção primária a saúde

Abstract

RESUMO: Introdução: Dentre as doenças crônicas não transmissíveis, o Diabetes mellitus (DM) ocupa o quarto lugar em maior número de óbitos, contabilizando 6,7 milhões de mortes em 2021 e é responsável por 12,5% dos gastos com saúde. Aproximadamente 74% dos pacientes em tratamento permanecem com controle inadequado do DM e suscetíveis as complicações advindas do descontrole da doença. O cuidado farmacêutico, por meio da identificação dos problemas relacionados a farmacoterapia (PRF) e das intervenções farmacêuticas, mostra-se eficiente dentro do sistema de saúde, promovendo o cuidado em saúde e a adesão dos pacientes ao tratamento farmacológico, sendo uma alternativa viável na otimização do tratamento do DM. Objetivo: Identificar e classificar as intervenções farmacêuticas realizadas para otimizar o tratamento farmacológico de pacientes com Diabetes mellitus tipo 2 e avaliar seu impacto na redução da hemoglobina glicada (HbA1c). Casuística e Métodos: Foi realizado um estudo clínico de braço único em unidades de atenção primária do Sistema Único de Saúde (SUS) em três municípios do Paraná, com o acompanhamento de 42 pacientes com DM tipo 2. Os pacientes tiveram consultas farmacêuticas presenciais na unidade de saúde e nas suas residências. Nas consultas, foram identificados os PRF e realizadas as intervenções farmacêuticas. Foram classificadas as intervenções farmacêuticas realizadas e os valores de HbA1c foram comparados na linha base e no final estudo pelo teste de Wilcoxon. Resultados: Dos 42 pacientes acompanhados, 37 completaram o estudo. Foram realizadas 734 intervenções, média de 19,8 ± 12 por paciente, sendo que a maior parte delas relacionada a prestação de informação ou aconselhamento (n=397; 54,1%), tivemos 53 (7,2%) intervenções relacionadas a alteração ou sugestão de alteração da farmacoterapia e as demais dívidas entre outras 3 classificações. Entre as intervenções relacionadas a alteração da farmacoterapia, 30 foram de ajustes na frequência ou horários de administração dos medicamentos sem modificação de dose, e 23 tiveram alteração de dose ou princípio ativo. Todos os pacientes tiveram ao menos um tipo de intervenção e 70% tiveram intervenções relacionadas a mudança ou ajuste da farmacoterapia. Nas intervenções que continham alteração de dose ou substituição da farmacoterapia foi enviada carta de sugestão aos médicos e 95,7% das sugestões foram acatadas. Ao final do estudo os pacientes apresentaram uma redução média de 1% nos níveis de HbA1c (p<0,001). Conclusão: O elevado número de intervenções farmacêuticas realizadas e a redução nos níveis de HbA1c demostram que o acompanhamento farmacoterapêutico proporcionou melhora no controle da DM nos pacientes. Ao observar que mais da metade das intervenções envolveram a prestação de informações e aconselhamento, fica evidente que muitos pacientes enfrentam dificuldades para utilizar corretamente seus medicamentos devido à falta de conhecimento sobre a doença ou a forma de utilização dos medicamentos

ABSTRACT: Introduction: Among chronic non-communicable diseases, Diabetes mellitus (DM) ranks fourth in the highest number of deaths, accounting for 6.7 million deaths in 2021 and is responsible for 12.5% of health expenditures. Approximately 74% of patients undergoing treatment remain with inadequate DM control and emotions as complications arising from the lack of control of the disease. Pharmaceutical care, through the identification of problems related to pharmacotherapy (PRF) and pharmaceutical interventions, proves to be efficient within the health system, promoting health care and patient adherence to pharmacological treatment, being a viable alternative in optimization of DM treatment. Objective: To identify and classify the pharmaceutical interventions carried out to optimize the pharmacological treatment of patients with type 2 diabetes mellitus and to evaluate their impact on the reduction of glycated hemoglobin (HbA1c). Casuistry and Methods: A single-arm clinical study was carried out in primary care units of the Unified Health System (SUS) in three municipalities in Paraná, with the follow-up of 42 patients with type 2 DM. health and in their homes. In the consultations, the PRFs were identified, and pharmaceutical interventions were carried out. Pharmaceutical interventions performed were classified and HbA1c values were compared at baseline and at the end of the study using the Wilcoxon test. Results: Of the 42 patients followed up, 37 completed the study, 734 interventions were performed, an average of 19.8 ± 12 per patient, most of which were related to the provision of information or counseling 397 (54.1%), we had 53 (7.2%) interventions related to alteration or suggestion of alteration of pharmacotherapy and other debts among other 3 classifications. Among the interventions related to changes in pharmacotherapy, 30 involved adjustments in the frequency or times of drug administration without changing the dose, and 23 involved changes in the dose or active ingredient. All patients had at least one type of intervention and 70% had interventions related to changing or adjusting pharmacotherapy. At the end of the study, patients showed an average reduction of 1% in HbA1c levels, p<0.001. Conclusion: The high number of pharmaceutical interventions performed and the reduction in HbA1c levels demonstrate that pharmaceutical care provided improvement in DM control in patients. When observing that more than half of the interventions (54.1%) involved the provision of information and counseling, it is evident that many patients face difficulties in correctly using their medication due to lack of knowledge about the disease or how to use the medication