A ginástica laboral nas startups em contexto da Revolução Industrial 4.0 : um estudo sobre as tendências, desafios e paradoxos da atividade física corporativa face às novas dimensões psicossociais da saúde do trabalhador

Abstract

RESUMO: A ginástica laboral (GL) é programa de atividade física planejada visando saúde e qualidade de vida no trabalho, ministrada aos trabalhadores com o propósito de melhorar o ambiente ocupacional, auxiliar na prevenção de lesões ocasionadas pelo trabalho e colaborar com a redução dos efeitos do estresse ocupacional. Como a GL soluciona demandas do mundo do trabalho, é importante se antecipar às transformações nas organizações. Em termos de tendência, sublinhamos a dinâmica das startups e a Quarta Revolução Industrial, na qual os mundos físico e virtual se fundem graças à integração de várias tecnologias, causando novas demandas sobre o corpo. A partir desse cenário, como repensar os programas de ginástica de laboral (PGL) para atender a essa nova configuração? Frente à lacuna no conhecimento sobre o contexto da Indústria 4.0 em startups e seus reflexos na GL, investigamos tal realidade a partir dos seguintes objetivos: a) analisar as tendências, os desafios e os paradoxos da GL, frente às novas demandas das dimensões psicossociais da saúde dos trabalhadores de startups, em contexto da Revolução Industrial 4.0; b) identificar a partir das diferentes agendas globais, algum indicativo do lazer que aponte para o futuro da ginástica laboral; c) revisar o papel da ginástica laboral (GL) na atividade física (AF) de lazer e no estilo de vida (EV); d) identificar as principais tendências, desafios e paradoxos da ginástica laboral, no contexto da Indústria 4.0, a partir da percepção dos representantes de startups e dos professores de Educação Física que trabalham com GL em startups; e) caracterizar a oferta e não oferta da GL e de programas de qualidade de vida nas startups. Metodologicamente, após diagnóstico inicial, essa pesquisa de natureza descritiva, se concentrou em comparar startups de Curitiba-PR que ofereciam (n=36) e não ofereciam a prática de GL (n=55). Trata-se de estudo exploratório de corte transversal, com abordagem qualitativa-quantitativa. Ademais, utilizou-se de dados primários e secundários e, como técnica de coleta, foram adotadas entrevista e questionário, o qual foi validado (conteúdo com 10 experts; e constructo por validação psicométrica). Além das 91 startups, o questionário também foi respondido por 216 professores de Educação Física. O desenvolvimento procedimental da pesquisa exploratória, dada sua sofisticação e complexidade, é apresentada como um dos resultados, já que fornece um modelo empírico. Os resultados do estudo indicam que há uma tendência global que as agências internacionais fomentem o combate à inatividade física, paradoxalmente irreversível, curso de diminuição do esforço físico graças às novas tecnologias. Houve associação estatística significativa entre as startups que possuíam GL e ofereciam programa de saúde mental a seus colaboradores, bem como, houve associação estatística significativa entre as startups que possuíam GL e implementavam ações de proteção psicossocial a seus colaboradores comparadas com as startups que não possuíam GL. Em relação à GL, a tendência relevante para o nosso estudo é que ela é implementada em três modalidades: GL presencial, GL virtual e GL híbrida. Com a digitalização gradativa e efetiva da GL surge o desafio de como engajar o colaborador na GL virtual e na GL híbrida, com a utilização ou não de recursos tecnológicos 4.0. Nesse caso, a GL é peça-chave nas startups, embora sua efetividade seja comprometida por paradoxos e contradições da cultura dessas organizações. Recomendamos que a GL seja prática educativa transversal do trabalho para o lazer. Para tanto, a GL nas startups em contexto da Revolução Industrial 4.0, dadas as novas dimensões psicossociais, deve ser um dos pilares da cultura organizacional da empresa

ABSTRACT: Labor Gymnastics (LG) is a planned physical activity program aimed at health and life quality at work. It is given to workers with the intention of bettering the occupational environment, helping prevent work related lesions and collaborate with the reduction of occupational stress's effects. Since LG solves demands of the work life, it's important to anticipate transformations in organizations. In terms of tendency, we focus the dynamics of startups and the fourth industrial revolution, in which the virtual and physical worlds become one thanks to the integration of several technologies, making new demands on the body. From this scenario, how to rethink the Labor Gymnastics Programs (LGP) to supply this new configuration? Faced with the gap in knowledge about the context of the fourth industrial revolution in startups and it's reflections on LG, we investigate this reality starting with these objectives: a) analyze the tendencies, challenges and paradoxes of LG, faced with the new demands of psychosocial dimensions in worker's health at startups, in the context of the industrial revolution 4.0; b) identify from different global agendas, any indication of the leisure that points towards labor gymnastics’ future; c) to review the role of gymnastics in leisure-time physical activity (PA) and lifestyle; d) to identify the main tendencies, challenges and paradoxes of gymnastics in the context of Industry 4.0, based on the perception of startup representatives and Physical Education teachers who work with GL in startups; e) characterize the supply and non-supply of LG and Quality of Life programs in startups. Methodologically, after an initial diagnostic, this research of descriptive nature, focused on comparing startups of Curitiba-PR that offered (n=36) and didn't offer (n=55) the practice of labor gymnastics. It is research of transversal cut, with a qualitative-quantitative approach. Besides, it made use of primary and secondary data and, as a collection technique, utilizes interviews and questionnaires, which was validated (content with ten experts, and construct by psychometric validation). Besides the 91 startups, the questionnaire was also answered by 216 teachers of physical education. The procedural development of the research, given its sophistication and complexity, is shown as one of the results, since it provides and empirical model. The results of the study indicate the existence of a global tendency of international agencies to promote a fight against physical inactivity at the irreversible paradoxically, course of reduction of physical effort thanks to new technologies. There was significant statistical association between startups that had LGP and offered programs for mental health to their collaborators, as with, there was significant statistical association between startups with a LGP and implemented actions of psychosocial protection for their collaborators, in comparison with startups without an LGP. In relation to LG, the relevant tendency for our study is that it is implemented in three modalities: presential LG, virtual LG, and hybrid LG. With the gradual and effective digitalization of LG arises the challenge of how to engage the collaborator with virtual LG and hybrid LG, with the utilization or not of 4.0 technological resources. In this case, LG is the keystone at startups, although its effectiveness is compromised by paradoxes and contradictions of these organization's culture. We recommend that LG be a transversal educative practice from work to leisure. As such, LG in startups in a fourth industrial revolution context, given the new psychosocial dimensions, must be a pillar of the company's organizational culture