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Autor(es): Oliveira, Vinicius Machado de
Orientador: Souza, Juliano de
Título: Configurações simbólicas da movência - do processo evolutivo ao desenvolvimento social : aportes para a teoria da Educação Física e do esporte
Banca: Gebara, Ademir
Banca: Garcia, Rui Manuel Proença de Campos
Banca: Pimentel, Giuliano Gomes de Assis
Banca: Tani, Go
Banca: Herold Junior, Carlos
Palavras-chave: Educação física;Epistemologia;Esporte;Movência;Movimento humano
Data do documento: 2024
Editor: Universidade Estadual de Maringá
Universidade Estadual de Londrina
Citação: OLIVEIRA, Vinicius Machado de. Configurações simbólicas da movência - do processo evolutivo ao desenvolvimento social: aportes para a teoria da Educação Física e do esporte. 2024. xxiii, 684 f. Tese (doutorado em Educação Física) - Universidade Estadual de Maringá, Universidade Estadual de Londrina, 2024, Maringá, PR.
Abstract: RESUMO: Como é de conhecimento, a capacidade dos seres humanos se movimentarem foi um dos principais recursos e fatores que permitiram a humanidade ascender não só evolutivamente como também socialmente. Desde quando nossos ancestrais, ainda na figura dos símios, desceram das árvores e perceberam que havia prerrogativas para se locomover em solo firme, o predomínio do bipedalismo não se tornou apenas uma opção como passou a ser uma das características mais distintivas entre as espécies do gênero homo. É obvio que esse processo não ocorreu de uma hora para outra, levando milhões de anos até que o bipedalismo se tornasse a realidade dominante. No entanto, quando essa revolução motriz foi conquistada, ela abriu um universo de possibilidades aos seres humanos, a qual, em comunhão com um processo de racionalização, significou a fuga da natureza selvagem para o ingresso à natureza socializada. Em outros termos, por via da sua potência de movimento, os seres humanos puderam melhor operar os recursos da natureza e convertê-los em seu favor. Foi então, a partir dessa primeira revolução, "a motriz", que a humanidade pôde transcender não só em termos de sobrevivência como de existência. Isto é, mais do que mover-se para sobreviver, o movimento humano foi também empregado para outras finalidades. Dentre esse rol de propósitos, reside o que chamamos nesta tese de movência, uma dimensão simbólica do espaço-tempo pela qual os seres humanos agregaram uma série de símbolos associados ao seu movimentar. Esse ingresso que, aparentemente, começou ainda na pré-história foi sendo ressignificado no decorrer do tempo até que se materializasse nas diferentes expressões do movimentar-se que hodiernamente conhecemos, quais sejam, ginástica, jogos, brincadeiras, esporte, lazer, recreação, etc. No entanto, não só isso, pois além de os seres humanos terem criado esses símbolos dentro da dimensão da movência, sentiram também a necessidade de desenvolverem áreas para o gerenciamento dos mesmos. Não por acaso, seriam possíveis a emergência de áreas que designamos como Educação Física e Esporte. Por sinal, essa é uma das hipóteses desse estudo, cujo objetivo reside na compreensão dos processos e das dinâmicas pelas quais a dimensão simbólica da movência abre espaço para o desenvolvimento da Educação Física e do Esporte. Dito isso, para a contemplação desse objetivo geral, a presente tese, de natureza antropo-histórico-sociológica, fundamentada na teoria simbólica do sociólogo alemão Norbert Elias e em sua abordagem sociológica de longa duração, foi organizada em 4 capítulos principais. No primeiro capítulo, de caráter teórico, apresentamos as potencialidades da abordagem eliasiana para os estudos da Educação Física e do Esporte, bem como introduzimos teoricamente a dimensão simbólica da movência. Na sequência, no intento de localizar a movência no contexto do espaço-tempo, levamos a cabo, no segundo capítulo, uma abordagem das configurações de movência na pré-história. Dimensionado os primeiros movimentos acerca do ingresso dos seres humanos no domínio da movência, no terceiro capítulo, ascendemos às configurações históricas propriamente ditas, tendo como referência as civilizações de Roma, Portugal e França. Por fim, no último capítulo, ao adentrarmos mais a rigor na discussão epistemológica da tese, abordamos como a dimensão da movência se traduziu em áreas científicas para atender o problema do homo movens ao longo da história e na atualidade. Ainda na esteira desse último capítulo, ao apresentar as dinâmicas do movimentar-se no âmbito da alta modernidade e discorrer acerca de alguns imbróglios epistemológicos no campo da Educação Física, procuramos situar em que medida a noção de movência poderia se situar nesse debate. Após esse percurso, conclui-se que a teoria da movência é uma alternativa consistente para as áreas de Educação Física e Esporte, pois além de se colocar como uma possibilidade diante de certas lacunas e limites observados em outras compreensões, ela radicaliza a defesa desses símbolos para a humanidade, procurando frisar o relevante papel dos profissionais que atuam no perímetro do movimentar-se
ABSTRACT: As we know, the ability of human beings to move was one of the main resources and factors that allowed humanity to ascend not only evolutionarily but also socially. Ever since our ancestors, still in the form of apes, came down from the trees and realized that there were prerogatives to move around on solid ground, the predominance of bipedalism has not only become an option but has become one of the most distinctive characteristics among the species. Of course, this process did not occur overnight, taking millions of years before bipedalism became the dominant reality. However, when this driving revolution was achieved, it opened up a universe of possibilities for human beings, which, in communion with a process of rationalization, meant the escape from wild nature into socialized nature. In other words, through their power of movement, human beings were able to better operate nature's resources and convert them in their favor. It was then, from this first revolution, "the motor one", that humanity could transcend not only in terms of survival but also of existence. That is, more than moving to survive, human movement was also used for other purposes. Among this list of purposes lies what we call in this thesis movingness, in Portuguese "movência", a symbolic dimension of space-time through which human beings have added a series of symbols associated with their movement. This entry, which began in prehistory, was given new meaning over time until it materialized in the different expressions of movement that we know today, namely, gymnastics, games, sports, leisure, recreation, etc. However, not only that, as in addition to human beings having created these symbols within the movement dimension, they also felt the need to develop areas for their management. Not by chance, it would be possible for areas that we call Physical Education and Sport to emerge. By the way, this is one of the hypotheses of this study, whose objective lies in understanding the processes and dynamics through which the symbolic dimension of movingness opens space for the development of Physical Education and Sport. That said, to contemplate this general objective, the present thesis, of an anthropo-historical-sociological nature, based on the symbolic theory of the German sociologist Norbert Elias and his long-term sociological approach, was organized into 4 main chapters. In the first chapter, of a theoretical nature, we present the potential of the Eliasian approach to the studies of Physical Education and Sport, as well as theoretically introducing the symbolic dimension of movingness. Subsequently, in the attempt to locate movement in the context of space-time, we carry out, in the second chapter, an approach to the configurations of movement in prehistory. Having dimensioned the first movements regarding the entry of human beings into the movingness domain, in the third chapter, we ascend to the historical configurations themselves, taking as reference the civilizations of Rome, Portugal, and France. Finally, in the last chapter, as we delve more closely into the epistemological discussion of this thesis, we address how the movingness dimension was translated into scientific areas to address the homo movens problem throughout history and today. Still in the wake of this last chapter, by presenting the movement dynamics in the high modernity context and discussing some epistemological complications in the Physical Education field, we seek to situate the extent to which the notion of movingness could be situated in this debate. After this journey, it is concluded that movingness theory is a consistent alternative for Physical Education and Sports areas, as in addition to posing a possibility in the face of certain gaps and limits observed in other understandings, it radicalizes the defense of these symbols for humanity, seeking to highlight the relevant role of professionals who work with movement, especially those who operate from Physical Education and Sport
Descrição: Orientador: Prof. Dr. Juliano de Souza
Tese (doutorado em Educação Física) - Universidade Estadual de Maringá, Universidade Estadual de Londrina, 2024
URI: http://repositorio.uem.br:8080/jspui/handle/1/8210
Aparece nas coleções:3.3 Tese - Ciências da Saúde (CCS)

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