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Autor(es): Tardivo, André Eduardo
Orientador: Zolin, Lúcia Osana
Título: Talvez mães, sempre mulheres : representações maternas em produções literárias recentes de autoria feminina
Banca: Feldman, Alba Krishna Topan
Banca: Ferreira, Geniane Diamante Ferreira
Banca: Coqueiro, Wilma dos Santos
Banca: Maior, Maria Elizabeth Peregrino Souto
Palavras-chave: Literatura feminina;Maternidade;Escritoras brasileiras;Ficção brasileira - Mulheres
Data do documento: 2023
Editor: Universidade Estadual de Maringá
Citação: TARDIVO, André Eduardo. Talvez mães, sempre mulheres: representações maternas em produções literárias recentes de autoria feminina. 2023. 249 f. Tese (doutorado em Letras) - Universidade Estadual de Maringá, 2023, Maringá, PR.
Abstract: A presente tese tem por objetivo apresentar uma análise interpretativa de romances, contos, poemas e cordéis de autoria feminina brasileira, buscando reconhecer os impactos das intersecções de raça, classe social e orientação sexual nas formas de maternagens representadas na literatura recente de mulheres. Nesse mesmo movimento intentamos problematizar a naturalização do instinto materno para ampliar os debates que envolvem a maternidade. Para atender aos nossos objetivos, selecionamos os romances Você nunca mais vai ficar sozinha (2020), de Tati Bernardi, e Véspera (2021), de Carla Madeira, que nos permitiram discutir como as mulheres brancas lidam com a experiência da maternidade e contribuem para a compreensão das reivindicações das mulheres negras que, convidadas pelas feministas no século XX a participarem dos debates de então, não enxergavam suas agendas nas pautas de suas companheiras. Daí encontrarmos nos contos "Em segurança", de Lindevania Martins, "Afeto", de Marli de Fátima Aguiar, "Fim do mundo", de Nana Martins, "Não vai achando que é só alegria", de Samira Calais, e "Negra trama", de Zainne Lima da Silva, integrantes da coletânea Cadernos Negros (2019), e nos romances A Filha Primitiva (2022), de Vanessa Passos, e Como se fosse um monstro (2023), de Fabiane Guimarães, o prevalecimento de questões interseccionais de raça e classe social com aquelas decorrentes do patriarcado, isto é, as opressões e delineamentos de papéis pré-definidos para as mulheres. Com o intuito de ampliar os horizontes de perspectiva em relação ao fenômeno por nós estudado, buscamos lançar luzes sobre a maneira com que mulheres oriundas de grupos minoritários vivenciam a maternidade. Nessa direção, nos debruçamos sobre a representação indígena na literatura brasileira contemporânea, concomitantemente à reflexão sobre a escassez de obras que versem sobre essa maternidade e que sejam publicadas por grandes editoras. Ademais, buscamos estabelecer relações da discreta participação desses grupos no mercado livreiro com a tradição oral desses povos. Assim, nos ocupamos do cordel Coração na aldeia, pés no mundo (2018), de Auritha Tabajara, e de poemas de Eliane Potiguara para demonstrar como a compreensão de maternidade se mostra distinta daquela de tradição ocidental. Por fim, tencionamos ampliar a compreensão da maternidade para além dos limites biológicos quando buscamos perscrutar especificidades da experiência lésbica a partir dos contos "Triângulo" e "Chuva", de Lúcia Facco, e "Isaltina Campo Belo", de Conceição Evaristo. Nesse propósito, analisamos os relatos (auto)biográficos Mama: um relato de maternidade homoafetiva (2019) e Desmama: memórias de uma mãe com outra mãe (2022), de Marcela Tiboni, problematizando, também, a ficcionalização de suas experiências. Tudo somado, nossa hipótese é a de que talvez se tornem mães e tenham performances plurais a partir das intersecções que as atravessam, mas sempre serão mulheres cujos anseios devem ser respeitados, considerando os atravessamentos supracitados. Este estudo se alicerça nos pressupostos da Crítica Feminista, dos Estudos Culturais e Psicológicos utilizando como aporte teórico-metodológico autores/as como Badinter (1985; 2011), Beauvoir (2016a; 2016b), Collins (2019; 2021), Donath (2017), Graúna (2013), Iaconelli (2015), Meruane (2018), O'Reilly (2004; 2010; 2016; 2022), Vivas (2021), Zolin (2015; 2021), entre outros.
This thesis aims to present an interpretative analysis of novels, tales, poems and cordéis written by Brazilian women, seeking to recognize the impacts of the intersections of race, social class and sexual orientation in the forms of mothering represented in recent women's literature. In this same movement, we try to problematize the naturalization of the maternal instinct to broaden the debates involving motherhood. To attend our objectives, we selected the novels Você nunca mais vai ficar sozinha (2020), by Tati Bernardi, e Véspera (2021), by Carla Madeira, that allowed us to discuss how white women deal with the experience of motherhood and contribute to understanding the claims of black women who, invited by feminists in the 20th century to participate in debates at the time, did not see their agendas in the guidelines of their companions. Hence we find in the tales "Em segurança", by Lindevania Martins, "Afeto", by Marli de Fátima Aguiar, "Fim do mundo", by Nana Martins, "Não vai achando que é só alegria", by Samira Calais, and "Negra trama", by Zainne Lima da Silva, members of collection Cadernos Negros (2019), and in the novels A Filha Primitiva (2022), by Vanessa Passos, e Como se fosse um monstro (2023), by Fabiane Guimarães, the prevalence of intersectional issues of race and social class with those resulting from patriarchy, that is, oppression and delineations of pre-defined roles for women. In order to broaden the horizons of perspective in relation to the phenomenon we studied, we sought to shed light on the way in which women from minority groups experience motherhood. In this direction, we focus on the indigenous representation in contemporary Brazilian literature, concomitantly with the reflection on the scarcity of works that deal with this motherhood and that are published by major publishers. Furthermore, we seek to establish relationships between the discreet participation of these groups in the book market and the oral tradition of these peoples. So, we take care of cordel Coração na aldeia, pés no mundo (2018), by Auritha Tabajara, and poems by Eliane Potiguara to demonstrate how the understanding of motherhood is different from that of the western tradition. Finally, we intend to expand the understanding of motherhood beyond biological limits when we seek to scrutinize specificities of the lesbian experience from the tales "Triângulo" e "Chuva", de Lúcia Facco, e "Isaltina Campo Belo", by Conceição Evaristo. For this purpose, we analyze the (auto)biographical reports Mama: um relato de maternidade homoafetiva (2019) e Desmama: memórias de uma mãe com outra mãe (2022), by Marcela Tiboni, also problematizing the fictionalization of their experiences. All in all, our hypothesis is that perhaps they become mothers and have plural performances from the intersections that cross them, but they will always be women whose wishes must be respected, considering the aforementioned crossings. This study is based on the assumptions of Feminist Criticism, Cultural and Psychological Studies using authors such as Badinter (1985; 2011), Beauvoir (2016a; 2016b), Collins (2019; 2021), Donath (2017), Graúna (2013), Iaconelli (2015), Meruane (2018), O'Reilly (2004; 2010; 2016; 2022), Vivas (2021), Zolin (2015; 2021), among others.
Descrição: Orientador: Prof. Dr. Lúcia Osana Zolin.
Tese (doutorado em Letras) - Universidade Estadual de Maringá, 2023
URI: http://repositorio.uem.br:8080/jspui/handle/1/8320
Aparece nas coleções:3.6 Tese - Ciências Humanas, Letras e Artes (CCH)

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