Reconciliação medicamentosa na admissão e orientação farmacêutica na alta em hospital de pequeno porte no Paraná

Abstract

RESUMO: A reconciliação medicamentosa e orientação na alta são essenciais para identificar e minimizar fatores de risco relacionados a medicamento, entretanto em hospitais de pequeno porte a farmácia clínica ainda é pouco explorada. Essa pesquisa teve como objetivo realizar um estudo em um hospital de pequeno porte de reconciliação medicamentosa e orientação farmacêutica na alta. Foi realizado um estudo piloto, envolvendo trinta pacientes admitidos no hospital, acompanhados desde a admissão, realizando reconciliação medicamentosa, até alta hospitalar, recebendo orientação farmacêutica. Como resultados, houve predominância do sexo feminino (57%), média de idade de 71 anos e tempo de internação de 3 dias. A maior causa de internação foi a pielonefrite (23%) e a comorbidade mais frequente foi hipertensão (60%). Os medicamentos mais utilizados previamente foram do sistema nervoso e cardiovascular (37%). Após reconciliação medicamentosa foram encontradas 100 discrepâncias, 10% de forma intencional, com maior frequência de substituição de medicamentos (70%), e 90% não intencional, onde a maioria foi omissão de medicamentos (98%). Noventa e cinco por cento dos medicamentos de uso prévio estavam envolvidos nas discrepâncias. A classe mais envolvida foi do sistema cardiovascular (42%). Em 50% dos prontuários não havia menção pelo médico das comorbidades do paciente, e em 24% a enfermagem também não mencionou. Apenas 43% dos medicamentos prescritos na alta faziam parte da Relação Municipal de Medicamentos. Foi possível concluir que houve alta frequência de discrepâncias de medicamentos, principalmente de forma não intencional, destacando omissão de medicamentos. A reconciliação medicamentosa e orientação na alta podem contribuir para a segurança do paciente na transição de cuidados

ABSTRACT: Medication reconciliation and guidance at discharge are essential to identify and minimize medication-related risk factors, however, in small hospitals, clinical pharmacy is still little explored. This research aimed to carry out a study in a small hospital of medication reconciliation and pharmaceutical guidance at discharge. A pilot study was carried out, involving thirty patients admitted to the hospital, followed from admission, performing medication reconciliation, until hospital discharge, receiving pharmaceutical guidance. As a result, there was a predominance of females (57%), mean age of 71 years and hospitalization time of 3 days. The main cause of hospitalization was pyelonephritis (23%) and the most frequent comorbidity was hypertension (60%). The drugs most used previously were for the nervous and cardiovascular systems (37%). After medication reconciliation, 100 discrepancies were found, 10% intentionally, with a higher frequency of medication substitution (70%), and 90% unintentional, where the majority was medication omission (98%). Ninety-five percent of previously used medications were involved in the discrepancies. The most involved class was the cardiovascular system (42%). In 50% of the medical records there was no mention by the physician of the patient's comorbidities, and in 24% the nursing staff did not mention it either. Only 43% of the drugs prescribed at discharge were part of the Municipal List of Medications. It was possible to conclude that there was a high frequency of medication discrepancies, mainly unintentionally, highlighting medication omission. Medication reconciliation and guidance at discharge can contribute to patient safety in the transition of care