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Autor(es): Flois, Larissa Lopes
Orientador: Zolin, Lúcia Osana
Título: A morte do "anjo do lar" : as vidas (in)visíveis das mulheres ousadas de Martha Batalha
Banca: Franceschini, Marcele Aires
Banca: Leite, Suely
Palavras-chave: Autoria feminina - Literatura - Gênero;Mulheres na literatura;Literatura brasileira - Autoria feminina;Batalha, Martha Mamede - Análise literária
Data do documento: 2024
Editor: Universidade Estadual de Maringá
Citação: FLOIS, Larissa Lopes. A morte do "anjo do lar": as vidas (in)visíveis das mulheres ousadas de Martha Batalha. 2024. 114 f. Dissertação (mestrado em Letras) - Universidade Estadual de Maringá, 2024, Maringá, PR.
Abstract: Mulheres foram por séculos definidas a partir da figura masculina e submissas aos padrões do patriarcado, isoladas dentro de casa ou escravizadas, sendo feitas reféns da ideia de "Anjo do Lar", expressão que ficou conhecida na fala de Virginia Woolf (1931) como um fantasma que impede mulheres de realizarem atividades consideradas como "não femininas" e que as relembra de se colocarem no seu "devido lugar". Segundo a escritora, a única forma de poder se libertar das amarras que esse fantasma traz é matando-o e conquistando à força a paz de espírito necessária para ser dona de si. Assim, a partir desse contexto, a presente pesquisa visa refletir sobre os papéis construídos para as mulheres na literatura brasileira de autoria feminina, bem como sobre as formas como elas reagem face ao desejo de se subjetivarem tendo em vista a opressão a que estiveram expostas ao longo da história. De modo especial, o principal objetivo desse trabalho é analisar as obras da escritora Martha Batalha: A vida invisível de Eurídice Gusmão (2016), Nunca houve um castelo (2018) e Chuva de papel (2023) com foco no modo de representação do sujeito mulher. Considerando que, no âmbito da tradição literária brasileira, às mulheres não foi dada a chance de participarem ativamente da construção da identidade do país, o foco na voz dessas mulheres - autoras e personagens - falando de si, de seu mundo interior, da sociedade em que se encontram inseridas, das intersecções de suas dores advindas de séculos de colonização, das relações de gênero etc., se torna essencial para alargar os horizontes do campo literário, incluindo aí a perspectiva feminina. A hipótese levantada é a de que, nas obras de Martha Batalha, o espaço das mulheres é legitimamente ocupado por elas, no entanto, há que se entender os artifícios literários que permitem que esse fenômeno aconteça. O aporte teórico do trabalho é o feminismo crítico, com enfoque nas reflexões acerca do trabalho doméstico feminino como um trabalho invisível e advindo das amarras capitalistas, embasado por Federici (2017, 2019), Davis (2016) e Fraser (2009). Além destas, também Beauvoir (1967), Tiburi (2018), Bonnici (2019), Spivak (2010) e Muzart (1995, 2008) aparecem para dar aporte teórico nas questões relacionadas aos papéis femininos nas sociedades pós-coloniais e patriarcais, como um todo, e na importância de se ouvir e ler mulheres. No que tange a escrita como resistência e no questionamento de padrões pré-estabelecidos culturalmente, os conceitos de Zolin (2011, 2012, 2021) e Woolf (2013, 2014) são empregados.
For centuries, women were defined by male figures and submissive to patriarchy standards, isolated within their houses or enslaved, being held hostage to the idea of the "Angel in the House". This expression became known in Virginia Woolf's words (1931) as a ghost that prevents women from carrying out activities considered "unfeminine" and that reminds them to put themselves in their "proper places". According to the writer, the only way to free oneself from the constraints of this ghost is to kill it and forcibly gain the peace of mind needed to be one's own person. Thus, from this context, this research aims to reflect on the roles constructed for women in Brazilian literature written by women. Furthermore, it also focuses on contemplating how these women act on the desire to subjectivise themselves, given the oppression to which they have been exposed throughout history. In particular, the main aim of this work is to analyse the works of the writer Martha Batalha: A vida invisível de Eurídice Gusmão (2016), Nunca houve um castelo (2018) e Chuva de papel (2023) with a focus on how the female subject is represented. Given that the Brazilian literary tradition has not given women the opportunity to actively participate in the construction of the country's identity, it is essential to focus on the voice of these women - authors and characters - who speak about themselves, their inner world, the society in which they are embedded, the intersections of their pain arising from centuries of colonization, gender relations etc., to broaden the horizons of the literary field, including the female perspective. The hypothesis raised is that, in Martha Batalha's works, female space is legitimately occupied by them, however, it is necessary to understand the literary artifices that allow this phenomenon to happen. The theoretical basis of this work is critical feminism, with a focus on reflections on women's domestic work as invisible labour and as a result of capitalist constraints, based on Federici (2017, 2019), Davis (2016) and Fraser (2009). In addition to these, Beauvoir (1967), Tiburi (2018), Bonnici (2019), Spivak (2010), and Muzart (1995, 2008) also provide theoretical support on issues related to women's roles in post-colonial and patriarchal societies, as a whole, and the importance of listening to and reading women. The concepts of Zolin (2011, 2012, 2021) and Woolf (2013, 2014) are used in relation to writing as resistance and challenging culturally established norms.
Descrição: Orientador: Prof. Dr. Lúcia Osana Zolin.
Dissertação (mestrado em Letras) - Universidade Estadual de Maringá, 2024
URI: http://repositorio.uem.br:8080/jspui/handle/1/8367
Aparece nas coleções:2.6 Dissertação - Ciências Humanas, Letras e Artes (CCH)

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