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Autor(es): Vieira, Natália Felicia
Orientador: Franceschini, Marcele Aires
Título: Aquilo que o poder não pode comer : Slam, mulheres negras, vozes vazadas
Banca: Alves, Elizandra Fernandes
Banca: Ferreira, Geniane Diamante Ferreira
Palavras-chave: Poetry Slam - Cultura - Brasil;Slammer;Poética - Mulher negra;Decolonial;Literatura brasileira - Poesia
Data do documento: 2024
Editor: Universidade Estadual de Maringá
Citação: VIEIRA, Natália Felicia. Aquilo que o poder não pode comer: Slam, mulheres negras, vozes vazadas. 2024. 140 f. Dissertação (mestrado em Letras) - Universidade Estadual de Maringá, 2024, Maringá, PR.
Abstract: Resumo: A presente dissertação estuda a presença do Slam no Brasil e sua ampliação por meio das vozes de mulheres negras. Com quinze anos de trajetória no país, o Slam, ou Poetry Slam, é reconhecido como uma modalidade cultural e esportiva que alia a tradição oral à produção poética popular urbana e concede espaço ao uso da liberdade de expressão por meio de vozes plurais. O primeiro capítulo traça a trajetória do Slam no Brasil, desde seu início, em 2008, com o ZAP! Slam (Zona Autônoma da Palavra), seguido de outros como o Abya Yala Poetry Slam; o Slam da Guilhermina; o Slam Pé Vermelho (Maringá) e o SLAM BR, o Campeonato Brasileiro de Poesia Falada, que há catorze anos seleciona os vencedores nacionais para representarem o país na Copa do Mundo de Slam (Grand Poetry Slam), na França. Esse capítulo ainda discute a natureza periférica dos Slams país afora, num sentido de democratização da palavra falada, bem como delineia o valor da oralidade presente no movimento, que alia a ação poética à performance, trazendo nomes de slammers negras como Roberta Estrela D'Alva, Luz Ribeiro, Bell Puã, Pietá, Kimani, Joice Zau, Mariana Félix, entre outras atuantes vozes. O segundo capítulo debate, num primeiro momento, a questão decolonial característica do Slam, amparada na teoria de Maldonado-Torres (2018), Mignolo (2017), Quijano (2005), Fanon (1968, 2008), Gonzalez (1984, 1988, 2020), entre outros. O capítulo também investiga instrumentos que rompem com a ordem colonial do silêncio, sobretudo a partir da "retórica da resistência" de Orlandi (1997), manifestada na poesia de slammers como Natália Pagot e a eventual transformação do silêncio em linguagem e ação, com respaldo teórico de Kilomba (2019), Lorde (2019), hooks (2019), Collins (2019, 2021) e D'Alva (2019, 2021, 2022). O terceiro capítulo traz análises de dois poemas específicos: "Bastarda", da slammer e cientista social Midria, campeã do Slam da Guilhermina de 2019; e um poema sem título da slammer e produtora cultural Liza. O quarto capítulo traz três poemas autorais: "Transbordar", "Metalinguagem" e "Oração"; de modo que a intenção foi trazer a poética do Slam não apenas como teoria, porém como prática de expressão do eu. No percurso de estudar a presença das mulheres no Slam, essa pesquisa entende que a voz supera o não-dito e que o grito ultrapassa o silêncio, abrindo frestas para que cada slammer encontre na peleja da palavra a identidade que lhes é tolhida por razões de gênero, raça e classe.
Abstract: This dissertation studies the presence of Slam in Brazil and its expansion through the voices of black women. With fifteen years of history in the country, Slam, or Poetry Slam, is recognized as a cultural and sports modality that combines oral tradition with urban popular poetic production and gives space to the use of freedom of expression through plural voices. The first chapter traces the history of Slam in Brazil, from its beginnings in 2008 with ZAP! Slam (Zona Autônoma da Palavra), followed by others such as the Abya Yala Poetry Slam; the Guilhermina Slam; the Pé Vermelho Slam (Maringá) and SLAM BR, the Brazilian Championship of Spoken Poetry, which for fourteen years has selected the national winners to represent the country at the Grand Poetry Slam World Cup in France. This chapter also discusses the peripheral nature of Slams across the country, in a sense of democratizing the spoken word, as well as outlining the value of orality present in the movement, which combines poetic action with performance, featuring black slammers such as Roberta Estrela D'Alva, Luz Ribeiro, Bell Puã, Pietá, Kimani, Joice Zau, Mariana Félix, among other active voices. The second chapter first discusses the decolonial questions that characterize Slam, based on the theories of Maldonado-Torres (2018), Mignolo (2017), Quijano (2005), Fanon (1968, 2008), Gonzalez (1984, 1988, 2020), among others. The chapter also investigates instruments that break with the colonial order of silence, especially from the point of view of Orlandi's "rhetoric of resistance" point (1997), manifested in the poetry of slammers like Natália Pagot and the possible transformation of silence into language and action, with theoretical support from Kilomba (2019), Lorde (2019), hooks (2019), Collins (2019, 2021), and D'Alva (2019, 2021, 2022). The third chapter analyzes two specific poems: "Bastarda", by slammer and social scientist Midria, 2019 Guilhermina Slam champion; and an untitled poem by slammer and cultural producer Liza. The fourth chapter features three authorial poems: "Transbordar", "Metalinguagem" and "Oração"; with the intention of presenting Slam poetics not only as a theory, but also as a practice of self-expression. In studying the presence of women in Slam, this research understands that the voice overcomes the unspoken and that the scream overcomes the silence, opening gaps for each slammer to find in the struggle of the word the identity that is denied to them for reasons such as gender, race and class.
Descrição: Orientador: Prof. Dr. Marcele Aires Franceschini.
Dissertação (mestrado em Letras) - Universidade Estadual de Maringá, 2024
URI: http://repositorio.uem.br:8080/jspui/handle/1/8395
Aparece nas coleções:2.6 Dissertação - Ciências Humanas, Letras e Artes (CCH)

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