Percepção de gestantes adolescentes sobre saúde bucal, práticas de amamentação e higiene bucal do bebê nos primeiros 06 meses de vida

Abstract

Resumo: O objetivo deste trabalho foi avaliar o impacto da implementação de medidas educativas no conhecimento e na prática de gestantes com idade entre 12-18 anos, inseridas em programas de pré-natal da rede pública da cidade de Maringá-PR. As gestantes foram divididas em dois grupos: A (n=7), receberam como informação apenas o material explicativo; e B (n=8) além do material explicativo, participaram de rodas de conversa sobre a temática. A coleta de dados foi realizada em três momentos (pré-natal, um mês e seis meses de puerpério), por meio de entrevistas utilizando-se de um questionário estruturado adaptado. Os dados coletados foram submetidos a análise descritiva e posterior análise estatística (Teste Qui-Quadrado e Fisher). Os dados mostraram que para a maioria a faixa etária variou entre 13 e 18 anos, casadas, moravam com companheiro, ensino médio; não tinham atividade remunerada, baixa renda e não recebem auxílio do governo. Quase a totalidade relatou ser primigesta e a gravidez não foi desejada. Sobre a saúde bucal, 71,42% disseram não ter feito extrações dentárias, relatando algum sangramento gengival; afirmaram realizar a escovação três vezes ao dia, e usar fio dental, hábito de comer entre as principais e frequência da ingestão de refrigerante. Quase a totalidade participou do programa de Pré-Natal desde o início da gestação, assistidas pelo clínico geral, não participaram de palestras sobre as vantagens do AME, não passaram por nenhuma consulta odontológica e não foram orientadas a levar o bebê para consulta odontológica na puericultura. Afirmaram existir relação entre a amamentação e saúde bucal, que a primeira visita do bebê ao dentista deve ser realizada entre seis e nove meses de idade; que a criança deve fazer a escovação dental sem a ajuda da mãe após os três anos de idade; poucas sabiam quando e quais dentes do bebê irrompem primeiro, e em ambos os grupos não sabiam quantos dentes decíduos uma criança possui. Todas relataram gestação a termo; parto normal, e iniciou o aleitamento materno no primeiro dia após o parto. O AME foi o tipo de alimentação do bebê mais relatado; 57% relataram realizar higiene bucal da criança, com gaze/fralda (42,86%), uma ou duas vezes ao dia. A totalidade do grupo A e mais de 80% do grupo B mantiveram o AME até o sexto mês do bebê e nos casos de desmame ofereceram leite em pó (40%- Grupo A) ou de caixinha (50%- Grupo B). A primeira papa de fruta foi oferecida às crianças entre o quinto e o sexto mês de vida em ambos os grupos, assim como a papa salgada, com pouca oferta de alimentos industrializados. Houve um incremento de mães que realizaram a higienização da boca da criança aos seis meses, porém não passaram por consulta odontológica (100%- grupo A; 83,3%- Grupo B).; 40% do grupo A por não achar necessário, pois a criança ainda quase não tem dentes e 83,3% - Grupo B, por não ter sido indicado pelo médico e/ou enfermeira. O Teste Qui-Quadrado não mostrou diferença estatisticamente entre os grupos avaliados no que diz respeito ao conhecimento e a prática das adolescentes. Conclusão, a implementação do programa educativo para gestantes adolescentes, teve um impacto positivo na incorporação de hábitos saudáveis de forma geral em ambos os grupos, mostrando a necessidade da interdisciplinaridade dentro dos programas de pré-natal, incluindo a maior participação do cirurgião dentista, no desenvolvimento de estratégias individuais e coletivas para contribuir na melhora da saúde geral deste grupo.

Abstract: The aim of this study was to evaluate the impact of the implementation of educational measures on the knowledge and practice of pregnant women aged 12-18 years, inserted in prenatal programs of the public network of the city of Maringá-PR. The pregnant women were divided into two groups: A (n = 7), in which they received as information only a explanatory material; and B (n = 8) in which, in addition to the explanatory material, they participated in conversations about the theme. The data collection was performed in three moments (prenatal, one-month and six-months puerperium) through interviews using a adapted and structured questionnaire. The data collected were submitted to descriptive analysis and subsequent statistical analysis (Chi-Square and Fisher Test). The age range varied between 13 and 18 years; most were married, lived with a partner; and had completed high school; 62.5% had no paid activity and low income, and did not receive government assistance. Almost all reported being primigravida and that the pregnancy was not planned. Regarding oral health, 71.42% reported not having dental extractions, but some gingival bleeding; The majority of the pregnant women participated in the prenatal program from the beginning of gestation, assisted by the general practitioner, who did not participated in lectures on the advantages of the Exclusive Breastfeeding (EB), did not go through any dental consultation and were not advised to take the baby for dental consultation in childcare. They affirmed that there is a relationship between breastfeeding and oral health, that the baby's first visit to the dentist should be performed between six and nine months of age; that the child, after the age of three, should brush her teeth without the help of the mother; few knew when and which baby's teeth erupted first, and in both groups, they did not know how many deciduous teeth a child has. All reported full term gestation; and started breastfeeding on the first day after the child-birth. The most commonly reported type of baby feeding was the EB; 57% reported performing oral hygiene of the child, with gauze/diaper (42.86%), once or twice daily. All group A and more than 80% of group B maintained EB until the 6th month of the baby and in the cases of weaning they offered milk powder (40% - Group A) or canister (50% - Group B). The first fruit potato was offered to children between the 5th and 6th month of life in both groups, as well as the salt potato, with little supply of processed foods. There was an increase in mothers who performed the hygiene of the child's mouth at 6 months, but did not go through dental consultation (100% - group A, 83.3% - Group B); 40% of group A because they did not find it necessary, since the child still has almost no teeth and 83.3% - Group B, because it was not indicated by the doctor and/or nurse. The chi-square test showed no statistically significant difference between the groups evaluated, regarding the knowledge and practice of adolescent pregnant women. Conclusion, the implementation of the educational program for adolescent pregnant women had a positive impact on the incorporation of healthy habits in both groups, showing the need for interdisciplinarity within the prenatal programs. This include a greater participation of the dentist in the development of individual and collective strategies to contribute to the improvement of the overall health of the pregnant and the child.