Pontos-gatilho miofasciais em pacientes com deslocamento de disco com redução da articulação temporomandibular : um estudo transversal

Abstract

Resumo: Objetivos: Os objetivos deste estudo retrospectivo foram o de avaliar o impacto dos pontos-gatilho miofasciais (PGMs) em pacientes com deslocamento de disco com redução (DDCR) e de identificar quais variáveis clínicas que se apresentam associadas à presença concomitante de DDCR e PGMs. Material e Métodos: Foram utilizados dados secundários, oriundos da coleta de 520 prontuários clínicos de pacientes que buscaram tratamento devido a dor facial entre janeiro de 2005 e maio de 2016, com idade ? 18 anos, de ambos os gêneros, com sinais e sintomas clínicos compatíveis com DDCR segundo o Research Diagnostic Criteria for Temporomandibular Disorders e confirmados por exames de ressonância magnética nuclear. Foram excluídos indivíduos com dor facial de origem não articular e / ou muscular que não fosse DMF, com doenças neurológicas, dores de cabeça primárias, fibromialgia, artrite reumatoide, agenesia, hiperplasia, hipoplasia e/ou neoplasia maligna da cabeça da mandíbula; anquilose óssea; cirurgia prévia da ATM e/ou que sofreram intervenção cirúrgica na face. Também foram eliminados da amostra, pacientes que utilizavam dispositivos protéticos dentários removíveis; que faziam uso contínuo de medicações como analgésicos, benzodiazepínicos, antipsicóticos ou antidepressivos. Um total de 130 pacientes preencheram os critérios do estudo. A amostra foi dividida em dois grupos: Grupo 1, pacientes com DDCR e PGMs (n=101); e Grupo 2, pacientes com DDCR mas sem PGMs (n=29). Foram registradas informações sobre gênero, idade, duração da dor, dor subjetiva aferida pela escala visual analógica (EVA) e a máxima abertura bucal (MAB). O modelo de regressão logística foi utilizado e os odds ratio (OR) calculados (p <0,05). Resultados: O Grupo 1 apresentou valores significativamente maiores de EVA (p=0,007) e menores de MAB (p=0,0268) do que o Grupo 2. OR foi significante para EVA (1,429), MAB (0,937) e gênero (feminino) (2,810). Conclusões: Pacientes com DDCR e PGMs exibiram valores maiores de EVA e menores de MAB em comparação com pacientes com DDCR mas sem PGMs. As variáveis clinicas EVA, MAB e gênero (feminino) apresentaram uma associação significativa para a ocorrência concomitante de DDCR e PGMs.

Abstract: Aims: The objective of this retrospective study were to evaluate the impact of myofascial trigger points (MTrPs) in patients with articular disc displacement with reduction (DDWR) and to identify which clinical variables are associated with the concomitant presence of DDWR and MTrPs. Material and Methods: Were selected 520 clinical records of patients that sought treatment due to facial pain, between January 2005 and May 2016, aged ? 18 years, of both genders, with clinical signs and symptoms compatible with DDWR, according to the Research Diagnostic Criteria for Temporomandibular Disorders and confirmed by magnetic resonance imaging. Patients were excluded from the study when present with facial pain of non-articular and/or non-muscular origin, with rheumatoid arthritis, agenesis, hyperplasia, hypoplasia and/or malignant neoplasm of the condyle, bone ankylosis, removable dental prostheses, previous TMJ and/or neck and head surgery, with neurological diseases, primary headaches, fibromyalgia, or were making the continuous use of medications such as analgesics, benzodiazepines, antipsychotics or antidepressants. A total of 130 patients fulfilled the study criteria. The sample were divided into two groups: Group 1, patients with DDWR and MTrPs (n=101); and Group 2, patients with DDWR and no MTrPs (n=29). Information on gender, age, pain duration, subjective pain scores obtained with the visual analogue scale (VAS), and maximum mouth opening (MMO) were collected. The logistic regression model was used and the odds ratios (OR) calculated (p<0.05). Results: Group 1 presented statistically significant higher mean VAS pain scores (p=0.007), and smaller MMO (p=0.0268) than Group 2. OR were significant for the VAS pain scores (1.429), MMO (0.937) and gender (women) (2.810). Conclusions: Patients with DDWR and MTrPs had an increased VAS pain scores and a decreased of MMO compared to patients with DDWR and no MTrPs. The variables VAS pain scores, MMO, and gender (women) showed a significant association with the concomitant presence of DDWR and MTrPs.