Parentalidade e família : seu lugar na contemporaneidade

Abstract

RESUMO: A presente pesquisa teve como objetivo realizar uma reflexão psicanalítica a partir do exame de textos de teóricos que estudam a temática da parentalidade e família na contemporaneidade. A discussão está fundamentada na psicanálise, que nos auxilia a ampliar a perspectiva de entendimento sobre o objeto de estudo, neste caso, a família e as transformações histórico-sociais às quais se encontra submetida. Para a psicanálise, o sujeito se constitui por meio de um outro objeto que lhe garanta a sua sobrevivência física e psíquica e, em geral, as figuras que promovem essas funções são as figuras parentais e a família. Assim, analisamos que os autores/autoras ao apresentarem em seu arcabouço teórico a família na contemporaneidade, demonstram sinais de uma certa nostalgia e saudosismo da família "tradicional", "ideal", "estruturada" (que nunca existiu), mas que insiste em deixar a família atual em dívida, destacando da primeira a figura do patriarca como essencial. Logo, os autores/autoras parecem buscar a manutenção do modelo de família tradicional sob domínio do patriarca, pelo temor das transformações em torno das novas configurações de família que se fazem presentes e se apresentam como um relacionamento familiar mais atenuado, de forma mais democrática e até mesmo horizontalizada. Apontamos as mudanças das famílias e a necessidade de se conservar a família tradicional não como destrutiva, mas a fim de pensarmos nas novas possibilidades e concepções da parentalidade. A fim de conduzir metodologicamente a pesquisa empregamos um levantamento de textos a partir da psicanálise articulada ao social.

ABSTRACT: The present research aimed to carry out a psychoanalytic reflection based on the examination of texts by theorists who study the theme of parenting and family in contemporary times. The discussion is based on psychoanalysis, which helps us to broaden the understanding perspective on the object of study, in this case, the family and the historical-social transformations to which it is submitted. For psychoanalysis, the subject is constituted through another object that guarantees their physical and psychic survival and, in general, the figures that promote these functions are the parental figures and the family. Thus, we analyze that the authors, when presenting in their theoretical framework the family in contemporary times, show signs of a certain nostalgia and a longing for the "traditional", "ideal", "structured" family (which never existed), but which insists on leaving the current family in debt, highlighting from the former the figure of the patriarch as essential. Therefore, the authors seem to seek to maintain the traditional family model under the domination of the patriarch, due to the present fear of transformations around the new family configurations that present themselves as a more attenuated family relationship, in a more democratic and even horizontalized way. We point out the changes in families and the need to keep the traditional family not as destructive, but as to think about the new possibilities and conceptions of parenting. In order to methodologically conduct the research, we used a survey of texts from psychoanalysis articulated to the social.