Aprendendo a voar sozinho : o papel da educação física na competência motora de crianças da educação infantil

Abstract

RESUMO: A presente pesquisa teve como objetivo analisar a intervenção motora como estratégia para melhorar a competência motora de crianças de 4 a 6 anos. A metodologia utilizada foi a quali-quantitativa e adotou-se como ponto de partida a seguinte questão problema: As aulas de Educação Física planejadas por um professor especialista utilizando a intervenção motora como estratégia de ensino contribui de forma positiva na competência motora de crianças de 4 a 6 anos? Para tanto, a presente dissertação está estruturada no modelo escandinavo resultando na construção de três artigos. O primeiro buscou compreender, por meio de uma análise documental com revisão bibliográfica, quais as indicações documentais para a Educação Física na Educação Infantil os dados foram analisados de forma temática. Ao final do artigo concluiu-se que a EF não está explicitamente inserida nos documentos da EI, entretanto, ela manifesta-se de forma oculta por meio das indicações de atividades com movimentos, jogos, brincadeiras e dança. O segundo artigo teve como objetivo compreender qual o panorama da produção do conhecimento sobre a importância da intervenção motora nas aulas de Educação Física infantil, para isso, foi elaborada uma revisão integrativa e os achados analisados por meio de categorias temáticas. Concluiu-se que as intervenções motoras são importantes porque melhoram significativamente a competência motora das crianças, a escola foi elencada como o lugar mais propício para promover o desenvolvimento infantil e o sucesso da intervenção está atrelado ao planejamento e execução por um professor especialista em EF. Por fim, o terceiro artigo estruturou um programa de intervenção e verificou os efeitos dessa intervenção na competência motora de crianças de 4 a 6 anos, o método utilizado foi a intervenção pedagógica e a análise dos dados feita de forma descritiva. Nessa etapa, a intervenção foi organizada baseada na sistematização de Palma, Oliveira e Palma (2015), totalizando 24 aulas. Participaram da pesquisa 38 crianças de 4 a 6 anos divididas em dois grupos experimentais A e B, ambos com 19 participantes. O grupo A teve aula de EF uma vez por semana durante uma hora enquanto o grupo B participou da intervenção motora durante três meses, duas vezes por semana por meia hora, nas aulas de EF. No início da pesquisa foi aplicado o teste de proficiência motora Bruininks-Oseretsky - BOT-2 (2005), versão curta, após o período da intervenção o teste foi reaplicado para analisar os efeitos da intervenção. Os resultados apontaram que ambos os grupos melhoraram sua competência motora ao longo da pesquisa, entretanto, o grupo B demonstrou maior desempenho. Em relação às habilidades específicas, o grupo A não apresentou melhora significativa para destreza manual e coordenação de membros superiores. Enquanto que o grupo B não obteve melhora significativa apenas para destreza manual. Na análise dos grupos por sexo, o grupo A obteve diferença significativa no quesito velocidade e agilidade apontando as meninas com uma diferença significativa maior. Por outro lado, no grupo B não houve diferença significativa por sexo. Ao término da pesquisa foi concluído que a intervenção motora aplicada surtiu efeito positivo no grupo B, confirmando-se como uma estratégia eficaz para os professores de EF utilizarem durante suas aulas. Os resultados evidenciaram que as aulas de EF são importantes no desenvolvimento infantil, assim como, o planejamento mostrou-se crucial para atingir os objetivos propostos. E a intervenção motora foi considerada uma boa estratégia para melhorar a competência motora de crianças de 4 a 6 anos.

ABSTRACT: The aim of this study was to analyze motor intervention as a strategy for improving the motor skills of children aged 4 to 6. The methodology used was qualitative-quantitative and the following problem question was adopted as a starting point: Do Physical Education classes planned by a specialist teacher using motor intervention as a teaching strategy contribute positively to the motor competence of children aged 4 to 6? To this end, this dissertation is structured on the Scandinavian model, resulting in three articles. The first sought to understand, by means of a documentary analysis with a bibliographic review, what the documentary indications are for Physical Education in Early Childhood Education, and the data was analyzed thematically. At the end of the article, it was concluded that PE is not explicitly included in the EI documents, however, it is manifested in a hidden way through the indications of activities with movements, games, play and dance. The second article aimed to understand the panorama of knowledge production on the importance of motor intervention in children's Physical Education classes. To this end, an integrative review was carried out and the findings analyzed using thematic categories. It was concluded that motor interventions are important because they significantly improve children's motor skills, the school was listed as the most suitable place to promote children's development and the success of the intervention is linked to planning and execution by a specialist PE teacher. Finally, the third article structured an intervention program and verified the effects of this intervention on the motor competence of children aged 4 to 6. The method used was pedagogical intervention and the data analysis was descriptive. At this stage, the intervention was organized based on the systematization of Palma, Oliveira and Palma (2015), totaling 24 classes. A total of 38 children aged between 4 and 6 took part in the study, divided into two experimental groups A and B, both with 19 participants. Group A had a PE class once a week for an hour, while group B took part in the motor intervention for three months, twice a week for half an hour in PE classes. At the beginning of the study, the Bruininks-Oseretsky motor proficiency test - BOT-2 (2005), short version, was applied. After the intervention period, the test was reapplied to analyze the effects of the intervention. The results showed that both groups improved their motor skills over the course of the study, although group B performed better. With regard to specific skills, group A showed no significant improvement in manual dexterity and upper limb coordination. Group B showed no significant improvement in manual dexterity alone. When analyzing the groups by gender, group A showed a significant difference in terms of speed and agility, with the girls showing a greater significant difference. On the other hand, in group B there was no significant difference by gender. At the end of the study, it was concluded that the motor intervention applied had a positive effect on group B, confirming it as an effective strategy for PE teachers to use during their lessons. The results showed that PE classes are important for children's development and that planning is crucial to achieving the proposed objectives. And motor intervention was considered a good strategy for improving the motor skills of children aged 4 to 6.