Use este identificador para citar ou linkar para este item: http://repositorio.uem.br:8080/jspui/handle/1/9179
Registro completo de metadados
Campo DCValorIdioma
dc.contributor.advisorCassandre, Marcio Pascoalpt_BR
dc.contributor.authorMarioti, Bruno Rafaelpt_BR
dc.contributor.otherBastos, Adriana Teixeirapt_BR
dc.contributor.otherSilva, Juliano Domingues dapt_BR
dc.contributor.otherLiberali, Fernanda Coelhopt_BR
dc.contributor.otherOliveira, Josiane Silva dept_BR
dc.contributor.otherUniversidade Estadual de Maringápt_BR
dc.contributor.otherCentro de Ciências Sociais Aplicadaspt_BR
dc.contributor.otherDepartamento de Administraçãopt_BR
dc.contributor.otherPrograma de Pós-Graduação em Administraçãopt_BR
dc.date.accessioned2025-07-28T13:46:34Z-
dc.date.available2025-07-28T13:46:34Z-
dc.date.issued2025pt_BR
dc.identifier.urihttp://repositorio.uem.br:8080/jspui/handle/1/9179-
dc.descriptionOrientador: Prof. Dr. Marcio Pascoal Cassandrept_BR
dc.descriptionTese (doutorado em Administração)--Universidade Estadual de Maringa, 2025.pt_BR
dc.description.abstractRESUMO: Esta tese investiga os efeitos epistemológicos, subjetivos e políticos do ensino do empreendedorismo no Novo Ensino Médio, compreendendo-o como um dispositivo organizacional e formativo de subjetividades. O problema que orienta a pesquisa emerge da constatação de que a formação empreendedora, ao ser estruturada sob uma lógica neoliberal, tende a moldar estudantes para a adaptação às dinâmicas do mercado de trabalho, promovendo a constituição de sujeitos autogerenciáveis, flexíveis e responsivos às exigências econômicas, em detrimento da construção de subjetividades críticas e emancipadoras. Ontologicamente, a pesquisa ancora-se em uma perspectiva relacional inspirada na filosofia dos afetos de Espinosa, segundo a qual os sujeitos são constituídos pelas relações que estabelecem com corpos, discursos e instituições, sendo os afetos variações que ampliam ou restringem sua potência de agir. O objetivo geral foi analisar as implicações epistemológicas, subjetivas e práticas do ensino do empreendedorismo no Novo Ensino Médio, a partir da constituição das subjetividades estudantis. Como objetivos específicos, buscou-se: (1) identificar e comparar as representações sociais do conceito de empreendedorismo entre estudantes ingressantes e concluintes; (2) analisar os discursos e práticas docentes em diálogo com as políticas educacionais; (3) investigar como essas práticas contribuem para a formação de uma subjetividade empreendedora ajustada ao mercado; (4) propor caminhos alternativos para o ensino do empreendedorismo baseados na mobilização emancipadora dos afetos. A metodologia adota uma abordagem quali-quantitativa, orientada pelo ciclo de políticas de Ball e Mainardes, articulando entrevistas com docentes e análise de representações sociais de estudantes em redes públicas do Paraná e do Mato Grosso do Sul. A coleta de dados incluiu entrevistas semiestruturadas com nove docentes e a aplicação de técnicas projetivas com estudantes ingressantes e concluintes. Os resultados indicam que, entre estudantes ingressantes, prevalece uma visão do empreendedorismo como autogestão mercadológica voltada ao reconhecimento e sucesso individual. Entre os concluintes, observou-se uma representação mais técnica e funcionalista do empreendedorismo, centrada na sobrevivência econômica e na empregabilidade. As práticas docentes, por sua vez, reforçam discursos meritocráticos, de responsabilização individual e adaptação às exigências do mercado, ainda que alguns movimentos de resistência tenham sido identificados. No plano afetivo, constatou-se que a formação empreendedora mobiliza afetos como ansiedade, medo e autoculpabilização, resultando no que se denomina nesta tese de sofrimento ético-político: a frustração silenciosa que emerge do descompasso entre o esforço individual exigido e as barreiras estruturais não superadas. Assim, a tese sustentada nesta pesquisa é que o ensino do empreendedorismo no Novo Ensino Médio opera como um vetor de internalização da racionalidade neoliberal, ao produzir sujeitos autogerenciáveis, moldados por uma responsividade individualizante, pelo culto à performance e pela naturalização da precariedade como horizonte inevitável. Nessa perspectiva, o empreendedorismo deixa de ser apenas um conteúdo curricular e se converte em um dispositivo formativo que atravessa os saberes, os afetos e as relações sociais no ambiente escolar. Ele regula os conhecimentos considerados legítimos na formação básica, ao mesmo tempo em que modula os modos de sentir, projetar o futuro e se relacionar com o fracasso, produzindo subjetividades atravessadas por afetos tristes - como medo, ansiedade e auto culpa - que, reduzem a potência de agir e dificultam a construção de formas coletivas de resistência. Apesar desse quadro, a pesquisa também revela fissuras afetivas e práticas pedagógicas críticas que apontam possibilidades emancipatórias. Docentes que atuam com maior articulação interdisciplinar e ética conseguem tensionar os discursos dominantes, ampliando o campo do ensino do empreendedorismo para além da adaptação mercadológica. Essa abertura sugere que a formação da subjetividade empreendedora, embora majoritariamente capturada, permanece como um campo de disputa. Esta tese contribui, teoricamente, ao propor um modelo analítico da formação da subjetividade empreendedora, articulando as dimensões de socialização, internalização de valores e mobilização de afetos, tensionando-as entre os polos da sujeição e da emancipação. No campo prático, aponta caminhos para práticas pedagógicas que ressignifiquem o ensino do empreendedorismo como espaço de resistência, solidariedade e criação coletiva, valorizando o agir ético-político e a ampliação da potência de existir dos estudantes.pt_BR
dc.description.abstractABSTRACT: This dissertation investigates the epistemological, subjective, and political effects of entrepreneurship education in Brazil's New Secondary Education, understanding it as an organizational and formative device for subjectivities. The research's problem arises from the observation that entrepreneurial education training, when structured under a neoliberal logic, tends to shape students for adaptation to labour market dynamics, promoting the formation of self-managing, flexible, and responsive individuals, to the detriment of critical and emancipatory subjectivities. Ontologically, the study is based in a relational perspective inspired by Spinoza's philosophy of affects, which conceives subjects as constituted through their relations with bodies, discourses and institutions, considering affects as variations that expand or restrict their power of acting. The general objective was to analyze the epistemological, subjective, and practical implications of entrepreneurship teaching/education in the New Secondary Education curriculum, focusing on the formation of student subjectivities. The specific objectives were: (1) to identify and compare the social representations of the entrepreneurship concept among incoming and outgoing high school students; (2) to analyze teachers' discourses and practices in accordance with current educational policies; (3) to investigate how these practices contribute to the formation of a market-oriented entrepreneurial subjectivity; and (4) to propose alternative paths for entrepreneurship education based on the emancipatory mobilization of affects. The methodology adopted a qualitative-quantitative approach, guided by Ball and Mainardes' policy cycle, articulating interviews with teachers and the analysis of students' social representations in public schools in the states of Paraná and Mato Grosso do Sul. This data collection included semi-structured interviews with nine teachers and the application of projective techniques with incoming and graduating students. The results show that, among first-year students, entrepreneurship is mainly viewed as market-oriented self-management aimed at individual recognition and success. Among the graduating students, a more technical and functionalist entrepreneurship representation was noticed, centered on economic survival and employability. Teaching practices tend to reinforce meritocratic discourses, individual responsibility, and adaptation to labor market demands, although some acts of resistance have been identified. On the affective level, the research found that entrepreneurship education mobilizes affects such as anxiety, fear, and self-blame, resulting in what this thesis defines as ethical-political suffering: the silent frustration that arises from the gap between the individual effort demanded and the persistent structural barriers. Thus, the main thesis sustained here is that entrepreneurship education in the New Brazilian Secondary Education acts as a vector for the internalization of neoliberal rationality, producing self-managing subjects shaped by individualized responsivity, the cult of performance, and the naturalization of precariousness as an inevitable horizon. From this perspective, entrepreneurship becomes not merely a curricular content, but a formative device that traverses knowledge, affects, and social relations within the school environment. It regulates which forms of knowledge are legitimized in basic education while also shaping how students feel, imagine their futures, and interpret failure-ultimately producing subjectivities permeated by sad affects such as fear, anxiety, and guilt, which, as Spinoza argues, diminish their power to act and hinder the construction of collective forms of resistance. Despite this, the research also reveals affective breaches and critical pedagogical practices that point to emancipatory possibilities. Teachers who work with greater ethical and interdisciplinary engagement are able to challenge dominant discourses, expanding the scope of entrepreneurship education beyond job market adaptation. This suggests that the formation of entrepreneurial subjectivity, although largely captured, remains a field of contestation. Theoretically, this dissertation contributes by proposing an analytical model for the formation of entrepreneurial subjectivity, articulated in three dimensions: socialization, internalization of values, and affective mobilization tensioning them between the poles of subjection and emancipation. In practcal terms, it offers pathways for pedagogical practices that reframe entrepreneurship education as a space of resistance, solidarity, and collective creation, valuing ethical-political action and the expansion of students' power to existpt_BR
dc.format.extent256 f. : il., color., tabs.pt_BR
dc.format.mimetypeapplication/pdfpt_BR
dc.languagePortuguêspt_BR
dc.subjectEnsino do empreendedorismopt_BR
dc.subjectEmpreendorismo - Ensino médio - Brasilpt_BR
dc.subjectSubjetividade empreendedorapt_BR
dc.subjectEducaçäo críticapt_BR
dc.subjectEducação empreendedorapt_BR
dc.subject.ddc658.421pt_BR
dc.titleEfeitos epistemológicos e de prática de ensino do empreendedorismo no novo ensino médiopt_BR
dc.typeTesept_BR
Aparece nas coleções:3.7 Tese - Ciências Sociais Aplicadas (CSA)

Arquivos associados a este item:
Arquivo TamanhoFormato 
Bruno Rafael Marioti_2025.pdf2,88 MBAdobe PDFVisualizar/Abrir


Os itens no repositório estão protegidos por copyright, com todos os direitos reservados, salvo quando é indicado o contrário.