Ácidos graxos polinsaturados e vitamina e em dietas para reprodutores de codornas japonesas e sua progênie

Abstract

Resumo: Objetivou-se estudar a interação do ácido linoleico (18:2 n-6) e alfa linolênico (18:3 n-3) associados a vitamina E e diferentes níveis de DHA na alimentação de codornas japonesas, sobre a reprodução, produção e desempenho de incubação em dois experimentos. No Experimento 1 (Exp1) utilizou-se um delineamento inteiramente ao acaso, com 5 dietas com 5 níveis de DHA (0, 0,015, 0,030, 0,045 e 0,060 %) e 12 repetições de 8 aves cada (6F e 2 M), no Experimento 2 (Exp2) foi utilizado um delineamento inteiramente ao acaso, em esquema fatorial 2×3 com duas relações de ácido linoleico: ácido alfa linolênico (9,29:1 e 13,23:1) × três níveis de vitamina E (Vit E) (25, 200 e 250 mg), com 10 repetições (6F e 2M). Em ambos foram analisados desempenho produtivo, qualidade dos ovos, perfil bioquímico do sangue, composição da gema, desempenho de incubação, qualidade do pintinho, atividade antioxidante da gema, vitelo e fígado do pintinho durante a incubação e no primeiro dia de vida. Para o Exp1 também foi analisada a vida de prateleira e composição da carcaça de matrizes de codornas japonesas. No Exp1 os níveis de DHA aumentaram a taxa de postura, a massa de ovo, a conversão alimentar ( g/g ) e (g/dúzia ) (p<0,05). Foi observado um efeito quadrático para o consumo de ração (p<0,05). Para a qualidade de ovo, o peso do ovo apresentou um efeito quadrático, sendo observado um aumento na % de gema e uma diminuição na % de albúmen com o aumento dos níveis de DHA da dieta (p<0,05). Para bioquímica sérica nas fêmeas e machos, ocorreu uma diminuição para os níveis de colesterol e LDL e um aumento para os níveis de triglicerídeos e HDL (p<0,05). Nos resultados de análise de vida de prateleira, foi observada redução (p<0,005) sobre o peso relativo da gema, aumento (p<0,005) sobre o peso relativo do albúmen. Aumento (p<0,005) da perda de peso o tempo de armazenamento em função dos níveis de DHA. Na análise sensorial, foi observado que com a inclusão de DHA diminuiu a aceitabilidade do ovo. Para o desempenho de incubação nas variáveis de fertilidade, eclosão e eclosão de ovos férteis foi observado aumento e o inverso para a taxa de infertilidade e mortalidade total, sendo que os maiores valores com o aumento da inclusão de DHA. O DHA na dieta aumentou a atividade antioxidante na gema, vitelo e fígado e diminuiu a peroxidação lipídica. Os níveis crescentes de DHA na dieta das matrizes aumentaram de forma linear o rendimento do peito das fêmeas e não influenciaram o peso médio das aves e nem o peso relativo dos órgãos comestíveis, parâmetros de qualidade de carne e a aceitabilidade da carne. No Epx2 não houve interação entre os tratamentos para desempenho e qualidade de ovo. Nas fêmeas foi observada interação para os teores de HDL e LDL, onde as matrizes que receberam a ração com a relação 9,29 e 200 mg de VitE aumentaram os teores de HDL e reduziram os de LDL. Foi observada uma interação para a fertilidade e a eclosão total entre as relações e os níveis de vitamina E, em que as aves que foram alimentadas com 200 e 250 mg de Vit E nas duas relações 13,75:1 e 9,29:1 apresentaram os maiores valores. Na qualidade do pintinho foi observada uma interação entre a vitamina E e as relações para o comprimento com pintinhos maiores na relação 13,75 com 25mg e 9,29 com 250mg de Vit E. A maior percentagem de inibição de DPPH foi na relação 9,29 com a suplementação de 250 mg de vitamina E. A relação 13,75 com 250 mg de vitamina E resultou nos menores valores de peroxidação lipídica na gema, vitelo e fígado. Conclui-se que a utilização de 0,060 % de DHA na dieta de reprodutores melhora o desempenho produtivo, o de incubação, atividade antioxidante e perfil de ácidos graxos. A relação LA:LNA obtida com o uso de óleo de linhaça de 9,29:1 e 250mg de vitamina E também é indicada para melhorar os parâmetros produtivos e reprodutivos e diminuir a oxidação da progênie.

Abstract: The aim of this study was to study the interaction of linoleic acid (18:2 n-6) and alpha linolenic acid (18:3 n-3) associated with vitamin E and different levels of DHA in the diet of Japanese quails on reproduction, production, and incubation performance in two experiments. In Experiment 1 (Exp1), a completely randomized design was used, with 5 diets with 5 levels of DHA (0, 0.015, 0.030, 0.045 and 0.060 %) and 12 replicates of 8 birds each (6F and 2 M). In Experiment 2 (Exp2), a completely randomized design was used, in a 2×3 factorial scheme with two ratios of linoleic acid: alpha linolenic acid (9.29:1 and 13.23:1) × three levels of vitamin E (Vit E) (25, 200 and 250 mg), with 10 repetitions (6F and 2M). Both tests analyzed production performance, egg quality, blood biochemical profile, yolk composition, incubation performance, chick quality, and antioxidant activity of yolk, calf, and chick liver during incubation and on the first day of life. For Exp1, the shelf life and carcass composition of Japanese quail breeders were also analyzed. In Exp1, DHA levels increased the laying rate, egg mass, and feed conversion (g/g) and (g/dozen) (p<0.05). A quadratic effect was observed for feed consumption (p<0.05). Regarding egg quality, egg weight showed a quadratic effect, and there was an increase in the percentage of yolk and a decrease in the % of albumen with increasing levels of DHA in the diet (p<0.05). For serum biochemistry in females and males, there was a decrease in cholesterol and LDL levels and an increase in triglyceride and HDL levels (p<0.05). In the results of the shelf life analysis, a statistical difference was observed (p<0.005): the relative weight of the yolk decreased and the relative weight of the albumen increased, and the weight loss increased with storage time as a function of the levels of DHA; in the sensory analysis, it was observed that the inclusion of DHA decreased the acceptability of the egg. For the incubation performance of the fertility, hatching, and hatching of fertile variables, an increase was observed and the opposite was true for the infertility rate and total mortality, with the highest values at the 0.060 % DHA inclusion level. DHA in the diet increased antioxidant activity in the yolk, calf, and liver and decreased lipid peroxidation. Increasing levels of DHA in the sow diets linearly increased the breast yield of the females and did not influence the average weight or relative weight of the edible organs, meat quality parameters, or meat acceptability. In Epx2, there was no significant effect of the interactions on performance or egg quality. In the females, an interaction effect was observed for HDL and LDL levels, where the sows that received the feed with the 9.29 ratio and 200 mg of VitE increased HDL levels and reduced LDL levels. An interaction was observed for fertility and total hatchability between the ratios and levels of vitamin E, with the birds fed 200 and 250 mg of Vit E in the two ratios 13.75:1 and 9.29:1 showing the highest values. In terms of chick quality, an interaction was observed between vitamin E and the ratios for length, with longer chicks in the 13.75 ratio with 25mg and 9.29 with 250mg of Vit E. The highest percentage of DPPH inhibition was in the 9.29 ratio with 250mg of vitamin E supplementation. The 13.75 ratio with 250 mg of vitamin E showed the lowest lipid peroxidation values in the yolk, calf, and liver. It is concluded that the use of 0.060 % DHA in the diet of broiler breeders improves productive performance, and incubation and progeny is recommended. The LA:LNA ratio obtained using 9.29:1 linseed oil and 250mg of vitamin E is also indicated to improve productive and reproductive parameters and reduce oxidation in the offspring.